“Com uma vasta carreira, Mísia foi uma voz fundamental na renovação do fado, sem receio de experimentar novas sonoridades e abordagens menos convencionais” afirmou, referindo que “granjeou o reconhecimento dos seus pares”.

“Deixa-nos uma vasta lista de colaborações com músicos de todo o mundo, que demonstra a sua versatilidade e o seu talento”, refere ainda a titular da Cultura que apresenta “aos seus familiares, amigos e admiradores”, “as mais sentidas condolências”.

Mísia morreu hoje num hospital de Lisboa, aos 69 anos.

A criadora de "Adeus ao Vento" (Vitorino Salomé/Fado Perseguição, de Carlos da Maia) iniciou a carreia nos começos da década de 1990, e levou-a a interpretar outros géneros, nomeadamente a canção napolitana, mas também alguns “standards” do jazz, como “Summertime”, e repertório das canções espanhola e francesa.

O álbum "Drama Box", editado em 2005, contou com a participação de Fanny Ardant, Miranda Richardson, Ute Lemper, Carmen Maura, Maria de Medeiros e Sophia Calle.

O álbum “Pura Vida - Banda Sonora” valeu-lhe, em 2019, o Phonographic Critics Award, prémio da crítica discográfica alemã.

“Pura Vida - Banda Sonora” é uma coprodução da promotora Liberdades Poéticas com o Museu do Fado, e que a fadista apresentou no primeiro semestre de 2020 em 15 palcos internacionais, tendo aberto a digressão, no no Le Cigale, em Paris, e passando, entre outras cidades, por Casablanca, Viena, Buenos Aires e São Paulo, entre outras.

“Pura Vida - Banda Sonora” inclui, entre os autores, anteriormente gravados por Mísia, como Vasco Graça Moura, Miguel Torga e Jorge Muchagato.

A fadista fez parte do elenco do filme “Passione” (2010), de John Tuturro.