O músico norte-americano Brian McBride, membro da dupla Stars of the Lid, morreu aos 53 anos, anunciou o grupo e a editora nas redes sociais.
“Estou profundamente entristecido por dizer a toda a gente que Brian McBride morreu. Amava este tipo e a sua falta vai ser sentida”, pode ler-se numa mensagem nas redes sociais do grupo.
Brian McBride e Adam Wiltzie conheceram-se em Austin, no estado norte-americano do Texas, em 1990, e formaram Stars of the Lid três anos depois, nome sob o qual lançaram o primeiro disco em 1995, com o título “Music for Nitrous Oxide”.
Até 1999, editaram um disco por ano, a que se seguiram, em 2001, “The Tired Sounds of Stars of the Lid” e, em 2007, “And Their Refinement of the Decline”.
A discografia de Stars of the Lid assumiu uma importância inesperada para os dois músicos, numa era de sucesso da música ambiente, como afirmou McBride à Rolling Stone numa entrevista conjunta com Wiltzie sobre reedições da banda: “Uma das coisas que comecei a notar [no começo dos anos 2000] foi que, quando dávamos alguns concertos, diferentes tipos de grupos de pessoas que eu nem sabia que existiam saíam do nada e diziam que ouviam a música. Como um grupo de escritores de ficção ou praticantes de ioga ou novos pais. Não estou à espera que ninguém oiça a música, para ser sincero”.
Como recordou a publicação Pitchfork, vários dos discos de Stars of the Lid constam das listas de melhores álbuns de música ambiente de sempre: na lista dos melhores 50 registos do género da própria Pitchfork “And Their Refinement of the Decline” surge em 18.º lugar, enquanto “The Tired Sounds of Stars of the Lid” ocupa a 6.ª posição.
“Um excelente uso de um sintetizador é segurar uma nota, girar alguns manípulos, e ouvi-la brilhar – examinar as grandes ondas de harmonias criadas quando um conjunto de circuitos tentam soar a violinos ou trompetas. Muita grande música, ambiente ou não, tem sido feita por pessoas a segurar teclas em sintetizadores”, escrevia a Pitchfork sobre o disco de 2001 da dupla.
McBride dizia, nessa conversa de 2015 com a Rolling Stone, que, para si, a criação musical implicava a ausência de qualquer tipo de fingimento: “Não tentar forçar um estado emocional, prestar atenção ao que se passa na tua vida, se te sentes inspirado ou motivado, e deixar acontecer”.
Nascido no Texas em 1970, o músico criou também o grupo Bell Gardens com o músico Kenneth James Gibson e lançou vários discos a solo.
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