“Em 1967, incentivado por mim, foi o primeiro a passar ao acetato os até aí interditos versos de António Aleixo, que selecionou e adaptou a diversas músicas do fado clássico”, contou à Lusa o poeta António Torre da Guia.

Alfredo Guedes foi “um dos mais lídimos e considerados intérpretes de fado no Porto, exercício em que apresenta extremamente burilada a sua longa tarimba no ofício de dar a voz à expressão dos sentimentos”, afirmou Torre da Guia.

O poeta refere, numa nota sobre o fadista, que o cantor italiano Tino Rossi foi uma das suas influências, tendo Alfredo Guedes começado a cantar aos 13 anos, através do fadista humorístico Augisto Pereira, ”numa tasquinha de Clarão de Sabugo, em Coimbrões”, enquanto trabalhava, como aprendiz, na Litografia Nacional.

“Tão à sua maneira no Porto, como Alfredo Marceneiro em Lisboa, Alfredo Guedes era um veterano e experiente fadista portuense”, salientou Torre da Guia.

Segundo o poeta, após ter participado em vários espetáculos, Alfredo Guedes profissionalizou-se em 1958, na casa de fados A Candeia, no Porto, tendo em seguida feito parte do cartaz da Adega Mesquita e do restaurante típico O Serão, em Lisboa.

Em 1961, regressou à Candeia, e, entre outras, fez parte dos elencos das casas de fado Casa da Mariquinhas, Cozinha Real do Fado, Arcadas Dom Vaz, Pérola Negra, Mal Cozinhado, O Requinte e Taverna de São Jorge.

À Lusa, o poeta Mário Raínho afirmou que “Alfredo Guedes foi um dos nossos maiores fadistas de sempre".“Era uma ternura ouvir a sua voz fadista e conversar horas a fio com ele”, recordou.

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