Convêm referir que os concertos da digressão europeia de Nas e Damian Marley, além de servirem como forma de transmitirem a mensagem presente no seu álbum conjunto “Distant Relatives”, também servem como forma de angariação de dinheiro para a construção de escolas em África.
A noite ainda nem havia caído sobre o Pavilhão Atlântico, jáo jovem Richie Campbelltinha subidoao palco, acompanhadopela the 911 band, não defraudando quaisquer expectativas. Com uma energia contagiante e um espírito caloroso, o jovem português soube mostrar que o reggae nacional está em boas mãos, com temas como “Everytime i cry” e “911” - gravado em conjunto com Kymani Marley - a fazerem as delícias dos presentes. Trata-se de um jovem já com alguma bagagem e isso sente-se quando ele está em palco.
Da energia passamos para uma nova atmosfera. O quinteto nacional Orelha Negra deu um concerto mais instrumental, apenas com algumas samples vocais. Com a sua sonoridade alternativa, composta da mistura de soul, funk, e algum hip hop,protagonizaram uma mudança espantosa no ambiente vivido nasala de espectáculos. Sem se ter dirigido ao público, maioritariamente focada na sua música, a banda consegui mesmo assim angariar a aclamação da assistência.
Uma mesa de dj e uma banda: foi isto que estava em palcoà espera da subida dos dois ícones da noite. Mas, antes da sua elevação, o público foi presenteado por uma mini viagem por alguns dos êxitos do hip hop mais antigo.
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Quando o duo finalmente entrou em palco, foi o início de mais do que um concerto. Durante duas horas e meia, a plateia foi levada numa viagem às raízes de cada um dos cantores. De uma forma alternada,foi presentadacom êxitos de Nas, como “If i rule the world” e “Hip Hop is dead”, onde o rapper de Long Islandmostroutodos os seus dotes como mestre de cerimónia, sempre vibrante e emotivo nas suas palavras.
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Do outro lado, com um som mais mexido e efervescente, Damian Marley respondeu com as suas “Road to Zion”e “It was writeen”, com um porta-estandarte em palco. “Gong Jr” soube mostrar o porquê de ser um cantor multifacetado, tendo havido momentos de euforia e outros de intimidade. Não faltou nada na sua actuação.
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A sincronia e empatia do duo podia ser sentida quando estavam em conjunto em palco. Irmãos de mundos diferentes, que já colaboram juntos desde 2005 - é com este espírito de irmandade que soltam em palco para espalharem as suas letras de mudança e amizade, “Friends”, “ Land of Promise”, “Dispear”, “Count your Blessings” foram algumas das músicas que se puderam ouvir durante a sua actuação. Tal como em separado, os artistas trouxeram para palco uma energia contagiante, e uma capacidade de comunicação com o publico soberba, sem nunca se conterem nas interacçõescom a plateia, e procurando sempre atingir um patamar mais alto que o anterior. Houve momentos para se ouvir o público entoar as letras de músicas, para gritarem freneticamente e mesmo para acompanharem os cantores com isqueiros no ar (e algumas tochas feitas com latas).
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A noite não chegaria ao fim sem “One Mic” e “Welcome to Jamrock”, dois dos maiores êxitos de cada um dos músicos, aqui retratados com uma energia exuberante e com um público a responder ao mais alto nível. E, como cereja sobre o bolo, “Could it be Love”, do lendário Bob Marley, fez-se ouvir, finalizando a noite tal como começou: com o som contagiante e envolvente do reggae.
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Fotografias: Paulo Tavares
Texto: Rui Costa
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