![Owen Pallett no Lux: Owen Pallett e o seu violino serpenteado](/assets/img/blank.png)
O nome pode não ser facilmente reconhecível, mas, se falarmos em Final Fantasy, certamente que soará familiar. E não, não é a famosa série japonesa de videojogos; é, sim, o pseudónimo sob o qual Pallett se apresentava e com o qual chegou a lançar dois discos.
Este homem, que compôs partes orquestrais para artistas e bandas como Taylor Swift, Robbie Williams, The National, Snow Patrol, Pet Shop Boys e The Last Shadow Puppets – assim como é responsável pelos arranjos de cordas dos três primeiros álbuns dos canadianos Arcade Fire – tornou-se numa das mais importantes figuras do rock contemporâneo.Hoje em dia, apresenta-se sob o seu próprio nome – Final Fantasy foi descartado em 2009. E foi com o seu próprio nome, e com um novo disco, "In Conflict", que o jovem subiu na passada terça ao palco do Lux, naquela que foi a última de quatro datas da promoção do álbum na Europa.
Quem ouviu o disco, nota uma certa rivalidade entre sintetizadores e o duo piano/violino. Ao vivo, tudo isso acontece. E, com constantes loops de violino, a execução das canções torna-se singular.
Passavam poucos minutos da hora marcada quando o músico canadiano e a sua banda (baixista e baterista) deram início à atuação. A sala do Lux, agradavelmente bem composta, já tinha vislumbrado os elementos em palco – afinal, andaram minutos antes a montar os equipamentos.A noite era de festa. Assinalava-se o lançamento do seu mais recente álbum. “Feliz dia de lançamento para mim”, disse, com um cálice de champanhe na mão.
Naturalmente, "In Conflict" marcou o concerto. As intempestivas “The Sky Behind The Flag” e “The Riberbed” ou a doce “The Passions” mostram-se familiares ao público, mas também revelaram a transversalidade do músico. Ora por vias mais eletrónicas, ora por vias mais melancólicas, "In Conflict" mostra-nos que, em formato live, ganha uma entoada rítmica tão enérgica que nos remete para o caos.
A voz límpida de Palett soa cada vez melhor. E isso nota-se, também, nos temas mais antigos. Afinal, Final Fantasy marcou parte da sua vida, e foi com bastante entusiasmo que escutámos músicas como “Song Song Song”, do belo "He Poos Clouds", ou “This is The Dream of Win and Regine”, do primeiro álbum sob o nome Final Fantasy, "Has a Good Home", lançado em 2005. Seja com temas antigos ou novos, a epicidade da mistura entre violino, teclado e um gerador de loops constroi a musicalidade deste cantautor, nesta espécie de pop eletrónica que o próprio produz.
Tal como noutras ocasiões, Owen Pallett mostrou que é um entertainer nato. Brincou com o público, enganou-se (mostrando que também é humano) mas, infelizmente, não acedeu ao pedido de tocar “Odessa”, cover dos Caribou. “Da próxima vez irei tocá-la quatro vezes”, disse em tom brincalhão.
Chegámos ao encore e Pallett deixou-nos três temas, entre os quais destacamos a impetuosa “Song for Five and Six”, anteriormente trauteada pelos presentes.Uma hora e meia de concerto para uma plateia “composta”, mas que demonstrou estar em número suficiente para se deixar absorver pelo mundo de Pallett.
Texto: Alexandre Lopes
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