Há 15 anos que o evento se repete na praia do Colado, no rio Maças, que liga Portugal e Espanha, com entrada gratuita para os concertos e, nesta edição, a organizadora, a associação ArtiColado, decidiu também disponibilizar transporte num autocarro de dois andares para as deslocações de pouco mais de 20 quilómetros entre Bragança e Quintanilha.

Para fomentar o espírito fronteiriço, será instalado um palco ibérico com concertos durante a tarde a pensar nos vizinhos espanhóis e no palco do festival cabem “multiplicas sonoridades, convívios intergeracionais, partilhas culturais, património e a Natureza do Parque Natural de Montesinho, como resumiu Filipe Afonso da organização.

O cartaz foi apresentado hoje, em Bragança, e conta com o apoio da Câmara Municipal que disponibilizou cinco mil euros para um dos poucos eventos que “chama jovens à região”, como sublinhou o autarca local, Hernâni Dias.

Durante três dias, o Quintanilha Rock promete “um caldeirão cultural” com bandas como Flamingods composta por elementos do Reino Unido, Dubai e Bahrain que, antes, vai atuar em grandes festivais europeus.

Outros dos destaques, segundo Pedro Cepeda, coordenador do festival, são os mexicanos Little Jesus, vencedores de seis categorias nos Indie-O Music Awards 2014 que têm em Quintanilha o único concerto em Portugal da digressão europeia que estão a realizar.

A festa em castelhano faz-se também com Los Nastys e dos sons portugueses destacam-se Octa Push (na foto acima), Los Waves e Pista, bandas “na linha da frente do movimento alternativo”.

Reforçar a componente cultural é outra das estratégias do Quintanilha Rock para 2015 com uma programação complementar à música que inclui intervenções artísticas na aldeia como o projeto de instalação que irá ser desenvolvido por Carlos Costa e Jacinta Costa, professores do Instituto Politécnico de Bragança e membros do coletivo artístico 4Pontos.

Também Ricardo Raminhos, realizador e fotógrafo documental, será responsável por uma instalação com recurso à fotografia, que marcará um momento de homenagem a António Braun, artista que marcou presença no festival e que morreu em 2015.

Na semana que antecede o início do Quintanilha Rock, o coletivo Monster Jinx, composto por dez criativos da música, vídeo, fotografia e design gráfico, vai estar a viver na aldeia, em residência artística, na Casa do Peregrino.

O objetivo do projeto é “captar o ambiente da aldeia” e com os sons recolhidos no local e com a colaboração dos músicos transmontanos Galandum Galundaina, será produzido um álbum de corta duração, um documentário e um “showcase” no palco principal do festival.

O início do Quintanilha Rock está reservado para os “Arroz Doce”, o resultado de um desafio lançado pela organização para recuperar as tradições locais, que permitiu reativar a minibanda da aldeia com lugar no concerto de abertura do festival.

De gastronomia regional é feito também este festival onde não entra comida de plástico e todas as refeições são feitas à base de pratos tradicionais transmontanos ou petiscos típicos da região.

@Lusa