Comsala cheia, emergiam ao longo dos concertos longas amizades entre público e artistas, tornando os espetáculos ainda mais intimistas.

A banda do "jazzreggaefunkfadunchoafrodrumn'basspunkrockprogressivo" foi a primeira a atuar, iniciando a performancecom o tema Mar, do álbum "Filomena Grita!".

Depressa se ouviram asvozes do público a acompanhar as músicas mais que memorizadas da banda oeirense. “Está um frio do caral**”, gritou, a certa altura,David Santos, vocalista, passando a aquecer-se com os seus característicos passos de dança. "Como podem imaginar, isto dá uma pica tremenda", revela.

Seguem-se temas como Escafandro e Faz-te um Homem, que fazem o vocalista desabafar:“Suponho que já esteja tudo mais ou menos quentinho”. Morde-me elevou, de seguida,a fasquia do público e do cantor, que, quase sem fôlego, confessa, em tom de brincadeira:“Estas entradas denunciam-me”.

Correr de olhos fechados é um dos novos temas domuito aguardadoálbum "Balada do Coiote!", mas provou já ser conhecido por muitos, bem antes da interpretação de Toma o comprimido, de António Variações. O concertofinaliza com Eu no muro, tema também de "Filomena Grita!". “É sempre um prazer”, despedem-se os Tv Rural de um Musicbox bem animado.

É então que os autores de "Gazela" entram em cena. Os jovens lisbonenses dão início ao concerto com a derradeira componente das suas músicas: a sua soberba instrumentalidade. Entre guitarras, baixo, teclado e bateria, surge, logo depois,Sobremesa, que coloca toda a sala a dançar.

“Esta é do nosso EP, podem acompanhar-nos, se quiserem”, diz Tomás Wallenstein, vocalista da banda,que assim introduza música Supernova. Todos acompanham. O espaço diminui, o calor aumenta, os gritos de apoio mantêm-se constantes.

O single Teresaé umadas cançõesmais cantadas pelo público, que acompanha a banda sem dificuldade alguma. Para aumentar a animação, o baixista Domingos Coimbra apela por uma "Fiesta Latina", aquando da performance de Santa Ana.

Zecid iria fechar o concerto, não tivesse a banda voltado para um encore, a pedido de muitos. Tomás aindaalertou a plateia: “Não está nada ensaiado, a sério”. Mas lá veio Bajordan, e nada mal interpretada, diga-se de passagem.

Enfim, os Capitão Fausto presentearam o Musicbox com um concerto cheio de boa disposição, não fossem eles uma das novas bandas portuguesas mais promissoras da atualidade. É caso para dizer: "a casa ardeu, ninguém parou de dançar".

Texto: Sara Bandeira Costa

Fotografias: Carolina Prata