Uma série de época é sempre sinónimo de um guarda-roupa surpreendente. "The Gilded Age", que está de regresso à HBO Max para a segunda temporada, não foge à regra e o trabalho de preparação para escolher as roupas das personagens é minucioso e moroso, sublinha Kasia Walicka-Maimone, costume designer da série, ao SAPO Mag.
Mais de um ano e meio depois dos primeiros episódios, regressa "The Gilded Age", a nova série criada por Julian Fellowes após o sucesso da icónica “Downton Abbey". Os novos episódios estreiam-se esta segunda-feira, dia 30 de outubro, no serviço de streaming, e o guarda-roupa promete continuar a impressionar os espectadores.
"A parte mais desafiante de projetos como este é a execução da ideia, porque o guião está muito bem escrito", confessa Kasia Walicka-Maimone, responsável pelos figurinos da segunda temporada, acrescentando que a ajuda da equipa de guionistas e realizadores é fundamental. "Há uma equipa criativa fantástica e fazemos uma pesquisa exaustiva que nos permitiu aprender tudo sobre este período na temporada passada. Já a segunda temporada é entusiasmante porque conheço as ferramentas, conheço o período, conheço as formas, conheço o vocabulário", explica.
Em conversa com o SAPO Mag e vários meios de todo o mundo, a costume designer da série adianta que "o maior desafio de um projeto como este" é "reunir criadores de todo o mundo, procurar tecidos ou casas de figurinos que colaboram connosco". "É preciso tudo isto para realizar um projeto desta dimensão", sublinha, adiantando que foram criados cerca de "sete mil fatos na segunda temporada".
"Tínhamos algumas roupas da temporada anterior, mas a maior parte dos figurinos principais foram criados novamente, para as mulheres que entram nesta temporada", explica.
Para preparar os trajes para as personagens, a equipa leva a cabo uma longa e atenta pesquisa. "A base de tudo é uma pesquisa exaustiva. Temos uma biblioteca com cerca de 30 ou 40 mil imagens para a segunda temporada. Estudo esse arquivo. Todos estudámos (...) Também analisámos a paisagem social e económica - estamos atentos ao quem, onde, o quê e porquê. A investigação histórica é uma parte importante", resume Kasia Walicka-Maimone, acrescentando que os guiões e as notas de Julian Fellows e de toda a equipa dão uma "ideia muito clara" de tudo.
"Estamos a fazer uma série, não estamos a reproduzir a realidade histórica ao nível de um documentário. Digo sempre que isso nos dá uma liberdade para criar, o que não acontece nos documentários. Por muito que esteja obcecada com os factos históricos, a minha obrigação é refletir o enredo e criar uma série que seja entusiasmante para o público. O que sabemos sobre esse período é que foi um período extraordinariamente entusiasmante. Quando as mulheres apareciam na rua, era um desfile de moda", frisa.
A segunda temporada "tem início na manhã de Páscoa de 1883, com a notícia de que a proposta de Bertha Russell para um camarote na Academia de Música foi rejeitada".
Ao longo dos oito episódios, explica a HBO Max, "é possível ver Bertha a desafiar a Sra. Astor e o antigo sistema enquanto tenta, não apenas ganhar uma posição na sociedade, mas também potencialmente assumir um papel de liderança". "George Russell tem a sua própria luta com um grupo crescente na sua empresa siderúrgica em Pittsburgh. Na Brook House, Marian continua a jornada para encontrar o seu caminho no mundo, dando aulas de forma secreta numa escola para raparigas, enquanto, para surpresa de todos, Ada começa um novo namoro. E claro, Agnes não está de acordo com nada. Em Brooklyn, a família Scott começa a recuperar de uma descoberta chocante e Peggy explora o seu espírito ativista através do seu trabalho com T. Thomas Fortune no NY Globe", resume a sinopse.
Da segunda temporada, Kasia Walicka-Maimone destaca os chapéus das personagens. "É interessante como, por exemplo, os chapéus nesta segunda temporada, são gigantes. São enormes. Não são tão grandes como eram na realidade. Na realidade, esses chapéus eram ainda maiores. Isso é para o nosso olho. Nos ensaios, coloquei um chapéu numa das atrizes e começámos todos a rir (...) A mulher não conseguia passar pela porta porque o chapéu era muito grande. Sabíamos que tínhamos de cortar porque nunca caberia no plano", conta.
O vasto elenco inclui Carrie Coon, Christine Baranski, Cynthia Nixon, Morgan Spector, Louisa Jacobson, Denée Benton, Ben Ahlers, Michael Cerveris, Kelley Curran e Taissa Farmiga, além de Debra Monk, Nathan Lane, Laura Benanti e e Robert Sean Leonard.
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