“Alamedas Escuras” reúne um conjunto de contos, escritos entre 1938 e 1944, ambientados no contexto das crises culturais e históricas vividas na Rússia nas décadas anteriores.

O amor – nas suas diversas e variadas formas – é o tema unificador deste conjunto de narrativas, caracterizado pela prosa evocativa, elegíaca e elegante pela qual Búnin ficou célebre, descreve a editora.

No entanto, através destes contos, o leitor cruza-se também com a angústia pelo tempo perdido, a dor pelo destino da Rússia, o peso da memória, a beleza dos sentimentos e os recantos mais obscuros da alma humana, que colocam obstáculos à luta pelo que é bom e amado.

Em cada uma destas histórias, é contado um episódio da vida de uma personagem completamente diferente e, em todas elas, os heróis de Búnin veem o seu amor testado pelo drama da separação, provocada pela loucura, a guerra, a morte ou, simplesmente, pela ambição pessoal e os acasos da vida.

“Não constitui ponta de exagero se dissermos que se trata de uma obra-prima que levou o domínio poético da língua de Búnin a novos patamares e que é, ainda hoje, passados todos estes anos, um dos livros de contos mais lidos na Rússia”, destaca a D. Quixote.

Trata-se da primeira vez que esta compilação de contos é publicada em Portugal, com tradução direta do russo por Nina Guerra e Filipe Guerra.

Ivan Búnin (1870-1953) foi poeta, escritor e tradutor, chegou a conhecer Tolstói e privou com Górki e Tchékhov, sendo um autor tão conhecido na Rússia como cada um daqueles.

Crítico da revolução de 1917, Ivan Búnin foi perseguido e, em 1920, acabou por abandonar a Rússia, onde os seus textos foram proibidos.

Radicou-se em França, onde se tornou uma das principais vozes da comunidade de russos emigrados.

Viveu no Sul de França durante a II Guerra Mundial, recusando qualquer contacto com os nazis e escondendo judeus em sua casa. Morreu em Paris, em 1953.

Famoso pela sua poesia e pelo seu diário-panfleto “Os Dias Malditos”, um dos mais impressionantes documentos da época revolucionária, Búnin escreveu um romance autobiográfico, “A Vida de Arséniev”, e inúmeras novelas e contos que o celebrizaram pela escrita sensual e pela forma elegante e poética como aborda o amor e o erotismo.

Em português foram publicados “O amor de Mítia e O processo do Tenente Ieláguin” e “Amor que santifica”.