Esta é a 9.ª edição do prémio, que visa distinguir "o autor do melhor livro de poesia editado no corrente ano", e que, pela primeira vez, além de Portugal, abrangeu outros países e regiões lusófonas.
Segundo a jurada Otília Martins, o livro vencedor revela "uma grande mestria de escrita e uma notável audácia de análise", segundo comunicado enviado à agência Lusa.
"'Roupão Azul' surpreende, não como um primeiro livro de poesia, mas como uma indiscutível obra com peso próprio e uma visão nova, servida por uma linguagem firme, segura, magistralmente colada a uma prospeção impiedosa das relações humanas", segundo Otília Martins, referindo que a autora "será, por certo, um nome a reter".
Otília Martins, da Universidade de Aveiro, salienta "a coragem da editora, Guerra e Paz, que, em tempos tão adversos e penumbrosos, não hesita em apostar na publicação de poesia e de autores cujo nome e valor estão ainda por desvendar".
Além da portuguesa Otília Martins, o júri foi constituído pelos professores e ensaístas Lassalete Borges (Portugal), Ana Mafalda Leite (Moçambique), Teresa Moure (Espanha) e Andrea Paes (Portugal).
Os oito finalistas ao prémio foram os portugueses João Luís Barreto Guimarães, José Luís Peixoto, Samuel F. Pimenta, André Osório, Maria José Quintela e Ana Paula Jardim, o moçambicano Francisco Guita Jr. e o galego José António Lozano.
Segundo a Grupo de Ação Cultural de Válega, no concelho de Ovar, que promove o galardão em colaboração com filhos de Glória de Sant`Anna, poetisa que morreu em junho de 2009, aos 84 anos, "a cerimónia de entrega do prémio não se realiza", devido às "exigências da pandemia".
O prémio inclui ainda uma gravura original, de uma série de retratos de Glória de Sant'Anna, de autoria de Rui Paes.
Glória de Sant`Anna estreou-se em 1951, com "Distância", tendo publicado dez outros títulos.
Em 2010 foi editado "Gritoacanto", que reúne a sua poesia escrita entre 1970 e 1974.
Glória de Sant`Anna publicou também três livros de contos e dois romances.
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