Promovido pela Pédexumbo - Associação para a Promoção da Música e Dança, o festival foi realizado nos últimos anos numa área de 28 hectares nas margens da albufeira de Póvoa e Meadas, no concelho de Castelo de Vide, distrito de Portalegre, tendo a organização optado este ano por uma zona “em redor” da vila.

“Este cenário [junto à vila de Castelo de Vide] não tem só a ver com a proximidade a uma população, nem com o que aconteceu (incêndio) no ano passado. Tem a ver com o pensamento que a direção tinha e que era tentar repensar o festival e a sua dimensão”, explicou hoje à agência Lusa a responsável pela coordenação artística e gestão de projetos da Pédexumbo, Marta Guerreiro.

Contando com cerca de 300 voluntários, a 22.ª edição do Andanças apresenta também um formato mais reduzido, tanto em número de dias (entre terça e sexta-feira), como em número de público.

Sem esquecer o incêndio que ocorreu há um ano, a organização do festival afirma-se “solidária” com os lesados, levando a efeito, este ano, uma campanha de angariação de fundos para “ajudar todos aqueles que perderam as suas viaturas e bens".

“Nós temos estado abraçados a um grupo formal que se juntou, a ´Ajudada`. Este ano, disponibilizamos a nossa caneca, que é uma imagem do festival, oferecemo-la para quem quiser comprar e contribuir para o fundo geral”, disse.

De acordo com Marta Guerreiro, a caneca tem um custo de um euro, estando também à venda mosquetões no valor de 50 cêntimos.

Quanto aos danos do incêndio de 2016, o advogado Pedro Proença, representante de 69 lesados, adiantou hoje à Lusa que já foram recolhidos os comprovativos de pagamento da taxa de justiça de cada um deles e que estão a ser ultimados os pormenores para interpor, “ainda este mês”, uma ação em tribunal contra a organização do evento e município de Castelo de Vide.

De acordo com o advogado, a ação pretende reivindicar indemnizações de cerca de 800 mil euros por danos patrimoniais e cerca de 600 mil por danos morais.

“Houve um período relativamente longo de espera para conhecer o resultado do inquérito crime (quase seis meses) e foi complicado informar todos os lesados sobre o que se iria passar, tendo as pessoas muitas dúvidas em relação aos custos, houve sessões de esclarecimento e só agora essa fase foi concluída”, disse.

O Ministério Público (MP) anunciou a 2 de fevereiro deste ano o arquivamento do inquérito ao incêndio que ocorreu a meio da tarde do dia 3 de agosto de 2016, pouco antes das 15:00, tendo as chamas atingido total ou parcialmente 458 viaturas num dos parques de estacionamento nas imediações do festival.

O despacho final do MP concluiu que, "realizadas todas as diligências, não foi possível apurar quaisquer indícios que permitissem concluir que o fogo tivesse sido ateado de forma deliberada ou intencional".

"Também não foi possível recolher indícios que permitissem apurar as circunstâncias concretas em que o mesmo ocorreu, nem a eventual responsabilidade negligente de alguém", segundo um comunicado do MP, publicado na página da Internet da Procuradoria da Comarca de Portalegre.

O Andanças é um festival onde o público deixa a típica postura de espetador para assumir um papel ativo, participando nas oficinas e atividades que preenchem cada dia.

Este ano, entre os vários espaços programados, incluindo um mercado de artesanato, destaca-se o recinto do festival, no antigo campo de tiro, com três palcos de bailes e oficinas, o espaço crianças e famílias e o espaço das atividades paralelas, assim como várias áreas ´lounge` e um bar.

Para “estreitar laços” com a comunidade local, está prevista uma programação aberta e gratuita, que acontece no coreto do jardim público, no Cineteatro Mouzinho da Silveira, na Igreja de São Francisco, nas ruas da vila e também na aldeia de Póvoa e Meadas.

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