O anúncio da sentença de Bill Cosby será o primeiro veredicto #MeToo, nome do movimento de luta contra o assédio e o abuso sexual, a primeira pena pós-Weinstein, que será pronunciada pelo juiz Steven O'Neill depois de uma audiência que teve hoje início.
A 26 de abril, depois de um segundo julgamento que durou três semanas, o ator foi declarado culpado por três crimes de agressão sexual contra Andrea Constand, uma ex-jogadora de basquetebol de 45 anos. O ator pode ser condenado a uma pena de até 30 anos de prisão.
Mesmo uma pena reduzida seria uma verdadeira provação para o comediante de 81 anos, fisicamente debilitado e quase cego.
Esta segunda-feira, William Henry Cosby Jr. chegou ao tribunal pouco antes das 8h30 e foi recebido pelos gritos de uma ativista que exigia, com um megafone, o fim da prescrição para os crimes sexuais.
Na audiência, iniciada pouco depois das 9h, estavam presentes Andrea Constand e uma dúzia de supostas vítimas de agressões sexuais cometidas pelo ator.
Na abertura dos debates, o juiz O'Neill começou por analisar o pedido da acusação de incluir o nome do réu na lista de predadores sexuais violentos do estado da Pensilvânia.
Há cinco anos, Bill Cosby ainda era uma das figuras mais respeitadas dos Estados Unidos. Desde então, dezenas de mulheres acusaram-no publicamente de agressões sexuais. A maioria das denúncias prescreveu, menos o caso de Constand.
Cosby permanece em prisão domiciliar em sua casa em Cheltenham, um subúrbio da Filadélfia, após o pagamento de uma fiança de um milhão de dólares.
A lei da Pensilvânia prevê que, se o condenado anunciar a sua intenção de recorrer após o veredicto, o juiz pode deixá-lo em liberdade até que a análise do recurso seja concluída.
Bill Cosby poderá, portanto, sair livre do tribunal de Norristown, apesar de ter sido condenado a uma pena de prisão.
De acordo com o site TMZ, a Procuradoria pretende, no entanto, pedir a detenção imediata do ator.
O procurador encarregado do caso, Kevin Steele, e a sua equipa solicitaram formalmente que outras supostas vítimas de Bill Cosby, que ainda não testemunharam, falassem na audiência desta segunda-feira.
O juiz recusou-se, porém, a ouvir esses depoimentos, o que provavelmente teria piorado ainda mais o cenário para o ator.
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