Depois de “O banqueiro anarquista” e de “Contos completos”, a Antígona publica agora “Fernando Pessoa - Um Retrato Fora da Arca”, cartas, ensaios, poemas, testemunhos, memórias e inéditos, com organização, prefácio e notas de Zetho Cunha Gonçalves, que estará nos escaparates das livrarias a partir de dia 12 de março.

Trata-se de “uma recolha de textos que resulta numa biografia intelectual e humana do poeta dos heterónimos, estabelecida a partir de textos do próprio Pessoa e dos testemunhos dos seus contemporâneos com quem mais intimamente conviveu”, explica a editora.

Este retrato, e autorretrato, humano e literário, de Fernando Pessoa inclui textos de António Botto, Raul Leal, Mário de Sá-Carneiro e José de Almada Negreiros, entre outros.

Outro destaque da editora na área da não ficção para o primeiro semestre do ano é “A honra perdida no trabalho”, uma crítica do trabalho como condição indispensável da crítica do capitalismo, da autoria do filósofo e ensaísta alemão Robert Kurz.

Com tradução de Lumir Nahodil e introdução de Bruno Lamas, este texto “pioneiro e provocador”, que estará à venda a partir de 05 de fevereiro, foi escrito no outono de 1989, enquanto milhares de alemães escapavam ao socialismo real, e publicado em 1991, na revista Krisis.

Em “A honra perdida do trabalho”, Robert Kurz discute em detalhe as categorias “trabalho” e “troca”, esboça algumas das ideias que iria explorar nas décadas seguintes, como a questão do “duplo Marx”, que se tornaria um princípio essencial da crítica do valor, e a crítica do sujeito, enquanto forma social historicamente específica da sociedade da mercadoria.

No dia 21 de maio, chega “Técnica e civilização”, escrita em 1934 pelo filósofo e historiador norte-americano Lewis Mumford, uma “obra de referência”, “verdadeiramente profética”, sobre a máquina, a sua origem e os seus efeitos na civilização, num mundo cada vez mais dominado pela tecnocracia que tudo desumanizava, explica a Antígona.

Com tradução de Fernanda Barão e Isabel Fernandes e prefácio de Jorge Custódio, nesta edição da Antígona, a obra de Lewis Mumford constituiu um apelo a uma nova ordem social que não se deixasse subverter pela tecnologia.

Antes ainda, chega às livrarias, a 9 de abril, o livro “Portugal: A revolução impossível”, de Phil Mailer, em versão integral e com uma nova introdução do autor, “um dos mais fidedignos e completos relatos históricos sobre o movimento social de cariz revolucionário que ocorreu entre o 25 de Abril de 1974 e o 25 de Novembro de 1975”, segundo a editora.

Este relato em primeira mão pelo ativista irlandês Phil Mailer, que à época testemunhou todos os acontecimentos, tem tradução de Luis Leitão e posfácio de Maurice Brinton.

A Antígona vai também publicar, em junho, “A Prática da Natureza Selvagem”, um conjunto de nove ensaios de Gary Snyder, publicado originalmente em 1990, com tradução de José Miguel Silva.

“Revelando o lugar pioneiro do autor no pensamento ecológico, estes profundos textos sobre o homem e a natureza, e a sua interação, erguem-se como uma peça central da maturidade na obra de Gary Snyder”, destaca a editora.

O autor, “poeta beat e mestre zen”, que venceu o Prémio Pulitzer, foi imortalizado no romance “Dharma Bums”, de Jack Kerouac, e estará eternamente associado à "Renascença de São Francisco".

“Da miséria no meio estudantil”, que sai em maio, é um “célebre texto situacionista que influenciou os acontecimentos do Maio de 68”, que a Antígona recupera quando se assinalam os 50 anos da efeméride.

Com prefácio e tradução de Júlio Henriques, este “corrosivo panfleto esteve na origem do Escândalo de Estrasburgo e, dois anos mais tarde, tal como as pedras da calçada, correria de mão em mão em Nanterre [onde se verificaram as primeiras manifestações do Maio de 68] e nas ruas de Paris”.

No mesmo mês, a editora lança a obra mais universalmente conhecida de Pierre Clastres, “A sociedade contra o Estado” (1974), com tradução de Manuel de Freitas, um “monumento incontornável do pensamento anarquista e antropológico”, que deriva do estudo de sociedades primitivas, revelando-as como sociedades que recusaram a noção de Estado”.

No dia 25 de junho, a editora lança “24/7 – O capitalismo tardio e os fins do sono”, um ensaio do crítico e ensaísta norte-americano Jonathan Crary, professor de Teoria e Arte Moderna na Universidade de Columbia, com tradução de Nuno Quintas.

“Consumir e trabalhar continuamente, 24 horas por dia, 7 dias por semana, parece ser o ‘leitmotiv’ da atualidade. Neste ensaio, o autor “explora as consequências deste estado de eterna vigília, recorrendo a Gilles Deleuze e Hannah Arendt, e traçando um panorama vertiginoso da contemporaneidade, em que o sono é a maior afronta aos nocivos sistemas que nos regem”.

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