
A estreia de uma ópera encenada pelo cantor Dino D’Santiago e de uma instalação teatral do artista visual Kiluanji Kia Henda estão entre os destaques da BoCA Bienal 2025, que acontece em setembro e outubro, em Lisboa e Madrid.
A programação da BoCA – Bienal de Artes Contemporâneas 2025, hoje anunciada, decorre sob o tema “Camino Irreal”, ainda com curadoria do programador John Romão, que em abril foi escolhido para diretor artístico de Évora - Capital Europeia da Cultura (CEC) 2027.
De 10 de setembro a 26 de outubro, a BoCA “estabelece um novo eixo ibérico de criação e apresentação artística, reunindo projetos transdisciplinares que cruzam as artes performativas e visuais, a música e o cinema”, lê-se no texto de apresentação da programação.
Um dos destaques desta edição é a “estreia absoluta” da ópera “Adilson”, encenada por Dino D’Santiago com libreto de Rui Catalão, “sobre a luta de milhares de pessoas pela cidadania e o direito a serem reconhecidas no país onde vivem”.
“Pemba”, uma criação de palco e uma instalação em grande escala “sobre os fluxos migratórios e a persistência da memória”, de Kiluanji Kia Henda, é outra das “estreias absolutas” da BoCA 2025.
Entre os destaques da programação estão também uma nova instalação performativa da artista plástica Adriana Progranó, que ocupa o espaço público, a performance “De espiral em espiral”, “que cruza história colonial e práticas de adivinhação familiar", do artista multimédia guatemalteco Naufus Ramírez-Figueroa, e a vigília performativa “O Julgamento de Pelicot”, do encenador suíço Milo Rau, com a atriz Servane Dècle, apresentada este mês no Festival d'Avignon, “construída a partir do caso real de violência sexual que chocou França e o mundo, onde a justiça é interrogada no espaço da arte”.
Os realizadores João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata vão apresentar um novo filme, “13 Alfinetes”, “que articula devoção e desejo em diálogo com a memória visual de Lisboa e Madrid”, e a coreógrafa Tânia Carvalho e a cantora e performer Rocío Guzmán irão apresentar um concerto cujo alinhamento “parte do cancioneiro tradicional português e do flamenco para refletir sobre heranças partilhadas”.
Outros destaques da programação hoje anunciada são o projeto “Uma ficção na dobra do mapa", dos coreógrafos e bailarinos Elena Córdoba e Francisco Camacho, que revisita o primeiro encontro criativo entre ambos, e a criação “Os rapazes da praia de Adoro”, que “parte do imaginário queer e da intimidade masculina para pensar a relação entre Portugal e Espanha a partir de um território fictício”, pelo dramaturgo e encenador espanhol Alberto Cortés e o pintor português João Gabriel.
A 5.ª edição da BoCA irá acontecer em “equipamentos culturais de referência” de Lisboa e Madrid.
Entre os locais que acolhem a bienal em Lisboa estão o Centro Cultural de Belém, a Fundação Calouste Gulbenkian, o Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), a Culturgest, o Teatro do Bairro Alto, a Estufa Fria, as Carpintarias de São Lázaro e a Cinemateca Portuguesa.
Em Madrid, a BoCA vai acontecer em instituições como o Museu do Prado, o Museu Rainha Sofia, o Theatro de La Abadia, o Museu Nacional do Traje e a Filmoteca Espanhola.
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