A editar no dia 30, o livro-disco tem 12 poemas e lengalengas que a rapper Capicua escreveu a pensar num público mais novo e em torno de questões que fazem hoje parte do vocabulário diário das pessoas e que são "uma necessidade da época", como contou em entrevista à agência Lusa.

"As mensagens mais universais, de amor à natureza e aos animais ou o Dia da Árvore, as crianças entendem, mas depois há questões mais práticas sobre ecologia, sobre a alimentação, temas que estão muito presentes e que eu queria abordar sem ser com um moralismo panfletário", disse.

Em "Mão Verde", com ilustrações da espanhola Maria Herreros, Capicua escreve e canta sobre a alimentação vegetariana, as propriedades das ervas aromáticas, a importância da vida de insetos numa horta ou sobre trevos, pirilampos e bichos-de-conta.

"Desconfia de quem não gosta de animais,/E se não gosta de plantas desconfia ainda mais./Desconfia de quem detesta chocolate,/Desconfia de quem não gosta do Chico Buarque", ouve-se no tema "confio(des)confio".

No livro, cada poema-canção segue acompanhado de curtas notas informativas, do agricultor Luís Alves, do projeto Cantinho das Aromáticas, acerca dos assuntos abordados.

Capicua diz que é "quase vegetariana", cuida de uma horta e tem preocupações ecológicas antigas que nunca tinham sido transformadas em música nos anteriores discos de hip hop.

"Mão Verde" é agora um livro-disco, mas começou por ser um espetáculo para crianças encomendado ao casal Ana Fernandes (Capicua) e Pedro Geraldes (guitarrista dos Linda Martini) pelo Teatro Municipal São Luiz, em Lisboa.

Foi a partir desse convite que ambos desenharam as letras e as músicas, num processo criativo "com uma abordagem bastante intuitiva, que tivesse assim um ambiente lúdico, mantendo a seriedade dos temas".

"Ouvimos muitas músicas que podiam inspirar-nos, do ‘afrobeat’, pop, rock à música havaiana, refinámos a estrutura das canções e acrescentámos dois temas que não estavam no espetáculo", contou.

Capicua não promete mudanças de comportamento para os mais novos, mas elogia-lhes uma naturalidade e espontaneidade que os adultos já não têm. "Nos espetáculos do São Luiz, tanto nos faziam perguntas complexas como queriam saber coisas muito simples. O público adulto não interage desta maneira".

"Mão Verde" sai na próxima semana, mas os concertos de Capicua e Pedro Geraldes só acontecerão em 2017, numa digressão que poderá ter vários formatos para escolas, livrarias, bibliotecas, pequenos auditórios e espaços ao ar livre.

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