O músico salientou "o bom gosto musical" do fadista e "o cuidado com a escolha de repertório".
Chaínho, em declarações à agência Lusa, referiu o gosto que o fadista tinha pelo cantor norte-americano Frank Sinatra, "cuja atitude em palco seguia de certa forma".
António Chaínho contou que recentemente tinha falado com Carlos do Carmo. "Tenho o coração todo partido", afirmou.
O guitarrista acompanhou Carlos do Carmo até 1991, tendo participado nas gravações dos seus álbuns "Homem na Cidade" e "Homem no País" e em várias digressões internacionais.
À Lusa recordou o espetáculo em Bordéus, França, onde o músico teve um acidente e partiu "várias costelas".
"Foi mesmo a terminar o espetáculo, estava a cantar 'Lisboa, Menina e Moça', e, mesmo depois da queda, fez questão de fechar o espetáculo", recordou.
Carlos do Carmo morreu hoje, aos 81 anos, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, disse o seu filho Alfredo do Carmo à agência Lusa.
Nascido em Lisboa, em 21 de dezembro de 1939, Carlos do Carmo era filho da fadista Lucília do Carmo (1919-1998) e do livreiro Alfredo Almeida, proprietários da casa de fados O Faia, em Lisboa, onde começou a cantar, até iniciar a carreira artística em 1964.
Vencedor do Grammy Latino de Carreira, que recebeu em 2014, o seu percurso passou pelos principais palcos mundiais, do Olympia, em Paris, à Ópera de Frankfurt, do 'Canecão', no Rio de Janeiro, ao Royal Albert Hall, em Londres.
Despediu-se dos palcos no passado dia 09 de novembro de 2019, com um concerto no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.
A discográfica Universal anunciou a publicação do seu derradeiro álbum, "E Ainda?", para o passado mês de novembro, mas é ainda aguardada a sua chegada às lojas.
Neste disco, Carlos do Carmo canta também Herberto Helder, Sophia de Mello Breyner Andresen, Hélia Correia, Júlio Pomar e Jorge Palma, que junta aos poetas do seu repertório.
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