“Resta-nos, pois, a verdade deste Céu que nos envolve em época natalícia. Um Céu que não é, apenas, o que contempla a festa da família, a alegria dos presentes, o riso das crianças, a solidariedade dos amigos, o gesto pio para alívio de consciência”, escreve Assis Ferreira.
O diretor refere ainda que “esse é o mesmo Céu que se ensombra na contemplação das iniquidades do mundo, no descaso votado a milhões de refugiados, na barbárie do terrorismo, nas guerras fratricidas alimentadas por inomináveis desígnios”.
Para Assis Ferreira, o céu está “pejado de nuvens” e “nada resta do azul do sonho, tudo se encobre nas trevas da desistência”.
“‘Mea culpa’, se me excedi no vislumbrar do ‘meu’ Céu… Pois haverá um outro, como disse o padre António Vieira, que nos obriga a pensar: ‘Queremos ir ao Céu, mas não queremos ir por onde se vai para o Céu’”, escreve Assis Ferreira, que lança em seguida um desafio: “Pensemos, pois, no percurso para esse Céu, transcendente, divinamente julgador… Sem que a bênção de pensar seja o pecado de duvidar!”.
A escritora Patricia Reis, editora da Egoísta, no seu artigo, sublinha que “o céu não pode esperar mais e por isso a nova edição da Egoísta é dedicada ao Céu". "Tema controverso, cheio de anjos e imaginários quase infantis, as interpretações são múltiplas”.
Quanto ao naipe de colaboradores desta edição, contam-se os nomes de Ana Dias Silva, Ana Margarida Carvalho, Afonso Cruz, Maria do Rosário Pedreira, Nuno Júdice, Czakó Balázs, Gabriela Ruivo Trindade, Jordi Burch, Julia de Souza, Julieta Monginho, Nana Sousa Dias, Nuno Camarneiro, Nuno Correia, Nicolau Santos, Sandro William Junqueira e Ivone Ralha, entre outros.
A revista Egoísta foi publicada pela primeira vez há 16 anos, tendo já sido distinguida com 77 prémios nacionais e internacionais na área do jornalismo, design, edição, criatividade e publicidade, “o que a torna uma das publicações mais premiadas de Portugal e da Europa”, segundo a Estoril Sol, sua proprietária.
Comentários