O novo comité Nobel passará a incluir - além dos académicos Per Wästberg, Horace Engdahl, Kristina Lugn, Anders Olsson e Jesper Svenbro - os escritores Kristoffer Leandoer e Gun-Britt Sundström, e os três críticos literários Mikaela Blomqvist, Henrik Petersen e Rebecka Ahlberg Kärde.
A medida foi tomada de forma consensual pela Fundação Nobel, que já havia sugerido há alguns meses a criação de um novo comité para a atribuição do Nobel da Literatura, prémio que este ano foi adiado para 2019, por causa do escândalo que abalou a instituição.
A Academia Sueca decidiu em maio este adiamento, algo que não ocorria desde há sete décadas, pela perda de “confiança” do mundo exterior na instituição e pelo seu próprio “enfraquecimento”, após a saída, até àquela data, de oito dos seus dezoito membros.
"Que a Fundação encare positivamente esta aposta, significa que podemos continuar a trabalhar em paz antes do próximo prémio. Isso dá-nos segurança. Avançámos mais um passo na reconstrução, disse hoje o secretário interino da Academia, Anders Olsson.
Olsson especificou que esta é uma medida “temporária”, até 2020, ano em que serão entregues três prémios, um deles correspondente a 2018.
A Academia atravessa uma situação crítica desde há um ano, quando um jornal sueco publicou as denuncias por abuso de 18 mulheres contra o artista francês Jean-Claude Arnault, ligado à instituição através da sua mulher, - a poeta Katarina Frostenson - e do seu clube literário.
Uma auditoria concluiu que não influenciou decisões sobre prémios e subsídios, embora o apoio económico recebido pelo seu clube viole as regras de imparcialidade, já que a sua mulher, membro da academia, era coproprietária.
Pressionada pela Fundação, a Academia mudou os estatutos para permitir a renúncia real dos seus membros e a eleição de novos, e recorreu a um grupo externo de especialistas em direito, resolução de conflitos, organização e comunicação.
Cinco membros da Academia renunciaram formalmente desde o ano passado e três saíram temporariamente, incluindo os dois últimos secretários, Sara Danius e Peter Englund.
Entretanto foram eleitos, como novos académicos o professor Mats Malm, o jurista Eric Runesson e a escritora Jila Mossaed.
Fica por resolver a situação de Katarina Frostenson, que se recusou a renunciar voluntariamente, conforme solicitado pela instituição, o que levou à abertura de uma investigação sobre uma possível violação dos estatutos da Academia.
Arnault foi condenado, no mês passado, a dois anos de prisão por um caso de violação cometido em 2011 contra uma mulher e, apesar de ter recorrido da sentença, permanece em prisão preventiva por ordem do tribunal.
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