Intitulada “Tomemos, então, nós, cidadão comuns, a palavra e a iniciativa”, a mostra, organizada em parceria pela Fundação José Saramago, pela Organização dos Estados Ibero-americanos e pelo Banco de Portugal, irá também irá marcar os 75 anos da Declaração Universal de Direitos Humanos.

A iniciativa tem como objetivo marcar a atribuição do Nobel, há 25 anos, e divulgar a proposta de Declaração de Deveres Humanos, projeto iniciado pela Fundação José Saramago, segundo a organização.

A ideia nasceu da vontade de José Saramago expressa no seu discurso proferido a 10 de dezembro de 1998, em Estocolmo, data em que a Declaração Universal de Direitos Humanos cumpria, então, meio século de vida.

“Tomemos então, nós, cidadãos comuns, a palavra e a iniciativa. Com a mesma veemência e a mesma força com que reivindicarmos os nossos direitos, reivindiquemos também o dever dos nossos deveres. Talvez o mundo possa começar a tornar-se um pouco melhor”, disse José Saramago nessa ocasião, logo após ter recebido o Prémio Nobel de Literatura.

Em 2015, reunidos no México e convocados pela Universidade Nacional Autónoma do México e pela Fundação José Saramago, dezenas de especialistas em diversas áreas elaboraram uma proposta de Declaração de Deveres Humanos, documento que posteriormente foi levado às Nações Unidas e entregue em mãos ao seu secretário-geral, António Guterres.

A Fundação José Saramago tem desenvolvido parcerias para que o documento circule pelo mundo, seja debatido, discutido e posto em prática.

Nesse sentido, foram criadas uma exposição e uma página de internet com o texto da proposta de declaração, o texto da Declaração Universal de Direitos Humanos, recursos educativos para alunos até ao 6.º ano, e imagens do premiado fotógrafo espanhol Gervasio Sánchez.

A exposição – com design gráfico do ateliê Silvadesigners - está disponível em três idiomas (português, espanhol e inglês) para escolas, universidades, bibliotecas e outras instituições que desejem acolher esta iniciativa.

Como repórter fotográfico, Gervasio Sánchez realizou a cobertura da maior parte dos conflitos armados da América Latina e a Guerra do Golfo desde 1984 até 1992, e depois a Guerra da Bósnia e conflitos derivados da fragmentação da Jugoslávia, bem como na Ásia e em África.

O seu trabalho destaca-se por captar o lado humano dos acontecimentos, e sobretudo o impacto dos conflitos nos mais vulneráveis, mulheres e crianças, que são a maioria das suas imagens documentais.

Entre outros foi galardoado, em Espanha, com o Prémio Ortega y Gasset (2008), o Prémio de Periodismo Cirilo Rodríguez (1996), o Prémio Nacional de Fotografia (2009) e a Grã Cruz da Ordem Civil da Solidariedade Social (2011).