A cantora espanhola Concha Buika disse à Lusa que a mensagem do seu novo álbum, “Vivir sin miedo”, que é editado esta sexta-feira, 16 de outubro, é que, “sem ser atrevidos, aprendamos a soltar-nos, que é uma palavra muito bonita”.

O álbum, o primeiro em que assina a autoria das canções - nove em dez -, e em que canta “um pouco mais em inglês”, foi produzido por Buika e Martin Terefe, e sucede a “La noche más larga”, editado em 2013.

“A mensagem deste álbum, em cada canção, em cada palavra, é - não digo para ser atrevidos -, mas que aprendamos a soltar-nos, que é uma palavra muito bonita”

Para Buika, que já gravou, entre outros, com Mariza, a tarefa de escrever e compor “foi uma aventura maravilhosa”, para a qual contou “com os arranjos subtis, finíssimos e elegantes”, de Martin Terefe, o produtor “capaz de traduzir a linguagem complexa do álbum”, e que já colaborou com nomes como Mary J. Blige, Mutya Buena e os Coldplay.

Questionada sobre a fusão musical assinalada no álbum, que vai do R&B ao flamenco, passando pela música afro, soul, dubstep, o gospel e o reggae, a cantora ripostou: “Este disco é o que eu sou, não procurei nada, não tentei mostrar algo que não fosse eu”.

“Sou uma fusão. Os meus pais nasceram num sítio, eu noutro, e esse é o som que tenho dentro de mim. Simplesmente escrevi aquilo que sinto e sou”, disse Buika.

Por outro lado, “a comunicação atual, da Internet à televisão, globalizou tudo, todos estamos mais abertos à informação que vem de todos os lados, e isso influenciou também os artistas”.

“O que este disco mostra é, talvez, um sentimento mais universal, que nos anteriores álbuns”, referiu.

Quanto ao facto de cantar “um pouco mais em inglês, é uma homenagem a este idioma, que, de uma forma comercial, nos une a todos”.

A cantora referiu que, ao longo da sua carreira, tem cantado e gravado noutras línguas, além do espanhol, nomeadamente, em arménio, francês e português.

Referindo-se à temática do álbum, constituído por dez temas, entre eles “Carry your own weight”, em que contou com a colaboração de Jason Mraz, “Mucho dinero” e “Sister”, a cantora afirmou que “a incursão dos medos no nosso dia-a-dia, mudou a nossa maneira de ser”.

“Nos últimos anos, estávamos a atuar como robôs – cuidado com quem andas, não digas o que não tens de dizer, não faças o que tens que fazer, olha os terroristas, olha o não sei quê, olha isto e aquilo -, começámos a temer o ser humano como espécie, e nós somos seres humanos”.

“Temos de refletir como nos estamos a comportar, e sobre o que estão a inculcar em nós, que é um medo ao mundo, o que não me parece bem”, rematou.

“Devemos ter consciência do perigo, mas sem medo, e é sobre isto que o disco fala e reflete”, rematou.

“Vivir sin miedo” é o oitavo álbum de originais de Buika, nome artístico de Maria Concepción Balboa Buika, nascida há 43 anos em Palma de Maiorca, no arquipélago espanhol das Baleares, filha de pais africanos, e que se estreou discograficamente em 2001, com “Mestizuo”.