“Conferências e Discursos” chega às livrarias no dia 13 de janeiro, ficando pela primeira vez disponíveis no mercado português os trinta e quatro textos de que há registo, proferidos publicamente, ao longo de mais de vinte anos, por Albert Camus, revelou o grupo Porto Editora, em comunicado.

Com exceção da reflexão sobre “a nova cultura mediterrânica”, de 1937, todas estas comunicações foram realizadas no pós-guerra, resultado de solicitações que se foram multiplicando à medida que crescia a notoriedade do escritor e a vontade de ouvir o seu ponto de vista sobre as mudanças mundiais em marcha.

“Em nenhum destes textos, vemos o escritor citar ou chamar a atenção para as suas obras ou personagens, como se a experiência do criador tivesse pouco a ver com a experiência do orador ocasional”, adianta a editora.

Esta obra inclui o discurso que Albert Camus pronunciou por ocasião da aceitação do Prémio Nobel da Literatura, em 1957, e que dedicou a Louis Germain, professor da escola primária que o ajudou a prosseguir os estudos – já que era oriundo de uma família muito pobre – e que o escritor nunca esqueceu.

Convicto da necessidade de “transformar o ódio em desejo de justiça”, Camus imprimiu nos seus discursos um apelo para combater a infelicidade do mundo através de uma união fraterna entre os povos, cabendo a cada indivíduo a sua parte.

A este propósito disse o escritor: “Prefiro os homens empenhados às literaturas empenhadas. Coragem na vida e talento nas obras, já não é assim tão mau”.

Albert Camus nasceu em Mondovi, na Argélia, a 7 de novembro de 1913.

Licenciado em Filosofia, participou na Resistência Francesa durante a Segunda Guerra Mundial e foi então um dos fundadores do jornal de esquerda Combat.

Em 1957, foi consagrado com o Prémio Nobel da Literatura pelo conjunto de uma obra que o afirmou como um dos grandes pensadores do século XX.

Dos seus títulos ensaísticos destacam-se “O Mito de Sísifo” e “O Homem Revoltado” (1951), enquanto na ficção são consideradas como obras incontornáveis “O Estrangeiro” (1942), “A Peste” (1947) e “A Queda” (1956).

A 4 de janeiro de 1960, Camus morreu num acidente de viação perto de Sens. Na sua mala levava inacabado o manuscrito de “O Primeiro Homem”, texto autobiográfico que viria a ser publicado em 1994.