"Oliveirinha da Serra", "As Pombinhas da Catrina", "Indo Eu, Indo Eu A Caminho De Viseu", "Ah Ah Ah Minha Machadinha", "A Saia da Prima Carolina", "Tia Anica de Loulé" ou "Ó Rosa Arredonda A Saia" são alguns das canções que todos conhecemos na infância e que continuam a fazer eco nas nossas cabeças.
E foram estas canções de roda, lenga-lengas, melodias e versos populares que juntaram Ana Bacalhau, Jorge Benvinda, Sérgio Godinho, Vitorino e Filipe Raposo. Os músicos editaram no início de março o disco-livro "Canções de Roda, Lenga Lengas e Outras Que Tais", que conta com 20 temas que nos fazem viajar no tempo.
"Este projeto nasceu depois de um convite do festival Sol da Caparica, para fazermos um concerto em 2015, para o dia das crianças - eles têm sempre um dia dedicado às crianças. Montámos o concerto com este material e correu tão bem que achámos que fazia todo o sentido passar isto para disco. Não só disco. Na verdade, é um objeto que tem ilustrações da Cláudia Guerreiro, tem histórias e contos originais meus, do Sérgio e do Vitorino. É um objeto muito completo", conta Ana Bacalhau ao SAPO Mag.
Para a artista, a escolha das canções foi complexa. "Temos um cancioneiro muito vasto e rico. Acho que o critério foram canções que representassem o país de norte a sul; que mostrassem hábitos culturais e que a língua fosse importante; e canções com as quais nos identificássemos", recorda.
"Cantava quase todas as canções. Só não conhecia o 'Ó Menino Ó' e o "Erva Cidreira' também não conhecia em criança. Mas de resto... conhecia todas", confessa Ana Bacalhau em conversa com o SAPO Mag.
Para Ana Bacalhau, trabalhar com Jorge Benvinda, Sérgio Godinho, Vitorino e Filipe Raposo foi "espetacular". "Foi maravilhoso, como era de prever. Somos mesmo um grupo bom, de bom trabalho. De amizade. Foi um prazer e o Sérgio Godinho e Vitorino pertencem à história da música portuguesa. Estou sempre a aprender com eles", revelou.
"Neste momento chegou a minha filha a casa e é natural que ouças uma voz pequenina, mas também estamos a falar de um disco de crianças", brinca Ana Bacalhau durante a conversa. "Ela já ouvi o disco algumas vezes e dançou muito. Não sei se já tem algumas favoritas, mas é possível. Eu dei um disco à creche onde ela está e têm ouvido muito o álbum. Qualquer dia já têm as suas preferidas", conta.
Para Ana Bacalhau, "Canções de Roda, Lenga Lengas e Outras Que Tais" é um álbum para todas as idades. "Este disco serve para apresentar canções a uma geração mais nova e serve para nos lembrarmos da nossa infância", frisa.
Os arranjos dos temas do álbum ficaram nas mãos de Filipe Raposo. "O Filipe teve um papel importante e quis puxar um bocadinho pelas nossas raízes, tanto ao nível dos instrumentos como dos arranjos. Musicalmente é um disco bastante diversificado porque é isso que nós queremos mostrar", sublinha a cantora.
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