Os artistas portugueses, aos quais se junta o produtor espanhol Raül Refree, que tem um projeto com a fadista lusa Lina Rodrigues, vão partilhar “palco e emoções com grandes nomes do flamenco, num encontro cultural, já consolidado, de duas músicas que são Património Imaterial da Humanidade”, disse hoje a representação em Portugal do Governo da Extremadura espanhola.

Interrompido no ano passado, devido à pandemia de COVID-19, o Festival de Flamenco e Fado de Badajoz (FFFB) regressa à cidade espanhola situada na raia com a região do Alentejo, a “dois passos” de Elvas (Portalegre), a partir de sexta-feira e até 10 de julho.

O certame, cujas atuações vão estar divididas por dois palcos, a esplanada de verão do Teatro López de Ayala e o Auditório Municipal Ricardo Carapeto, vai “unir” em palco aquelas “duas músicas excecionais” e “mostrar o melhor de cada uma delas”.

“Este ano o festival tem como protagonistas as grandes vozes femininas, algumas emergentes, outras consolidadas”, mas “todas elas com um destacado caráter” e “com uma grande presença de estilos e formas atuais”, destacou a organização.

Através do certame transfronteiriço, que tem o apoio do Museu do Fado, em Lisboa, “aproximam-se as fronteiras, misturam-se os estilos e vive-se o gosto pela música”, assinalou a organização.

O programa, distribuído por dois fins de semana, prevê a atuação de dois artistas por noite, um deles representante do flamenco e outro do fado, explicaram os promotores.

No dia inaugural, sexta-feira à noite, atua a fadista Teresinha Landeiro, acompanhada por Pedro de Castro (guitarra portuguesa), André Ramos (viola de fado) e Francisco Gaspar (viola baixo), que dá a conhecer em Espanha o seu mais recente álbum, intitulado “Agora”.

A noite é partilhada com “um talento consolidado” oriundo daquela região espanhola, o jovem guitarrista Javier Conde & Grupo Flamenco, que apresenta “um profundo e elaborado trabalho: ‘El flamenco y su vibrante mundo’”, disse a organização.

No sábado, é a vez de atuar a solo o guitarrista português Pedro de Castro, com um programa de “homenagem aos grandes mestres portugueses”, em “A Guitarra de Lisboa”, atuando de seguida “um grupo de jovens promessas do flamenco andaluz”, Las Migas, com o seu novo espetáculo “Empatía”.

A portuguesa Katia Guerreiro, com o seu “extraordinário trabalho” intitulado “Sempre”, e a espanhola Rocío Márquez, num espetáculo designado “Visto en el jueves”, são as propostas para 8 de julho, enquanto, no dia seguinte, Lina Rodrigues e o produtor e multi-instrumentista Raül Refree mostram a sua visão do fado no disco conjunto “Lina_ Raül Refree”, seguindo-se um espetáculo com Estrella Morente, “uma referência do flamenco”.

A última noite, a 10 de julho, está reservada ao espetáculo “Cafuné”, que representa o flamenco extremenho e é protagonizado por Carmen la Parreña, acompanhada de músicos da região, e a um concerto da fadista portuguesa Carminho, que apresenta o seu novo disco, “Maria”.