O festival vai ter 150 concertos em diferentes salas da capital francesa e vai contar com 120 conferências e ateliês, sendo esperados 5.400 profissionais da indústria da música, entre produtores, editores, programadores, ‘start-ups’ e artistas, de acordo com Fernando Ladeiro Marques, diretor do evento.

Na oitava edição do MaMA, pela primeira vez, vão participar 25 empresas portuguesas, nomeadamente editoras, produtores, agentes e representantes de festivais, que vão poder "ter visibilidade e criar colaborações não só com o mercado da música francesa, mas também com profissionais do resto do mundo".

"Estou muito satisfeito porque o MaMA, em sete anos, cresceu muito e hoje é um dos festivais-convenção mais importantes ao nível internacional. Nós passámos de 1.500 profissionais de 20 países para 5.400 de 60 países e Portugal era um dos poucos países da Europa onde havia sempre muito poucos profissionais presentes", explicou à Lusa Fernando Ladeiro-Marques.

Na quarta-feira, o grupo de rock Stone Dead, de Alcobaça, vai apresentar, na sala La Boule Noire, o álbum de estreia lançado este ano, "Good Boys".

Dois dias depois, vai subir ao palco da sala Folie's Pigalle o projeto de música eletrónica White Haus, do músico e compositor João Vieira.

Também a 20 de outubro, a portuguesa Selma Uamusse - cujo álbum de estreia vai ser lançado no início de 2018 - vai subir ao palco "Le Backstage by the Mill", uma sala do bar O'Sullivans, perto do Le Moulin Rouge.

“Uma jovem cantora enérgica que era adolescente durante a idade de ouro do rock em Portugal, que conhece o jazz tradicional norte-americano e a soul, uma especialista nas suas referências vocais, intérprete de ritmos e sonoridades africanas", descreve a página do festival, precisando que "se pode situar a música de Selma entre as machambas de Moçambique e os nightclubs europeus com os seus ambientes rock".

No mesmo dia, também vai ser apresentado, no teatro L'Atalante, o projeto musical Surma, da portuguesa Débora Umbelino, cujo primeiro disco, "Antwerp", foi estreado na semana passada no Porto, no Plano B, e no Curt'Arruda - Festival de Cinema de Arruda dos Vinhos.

"Dotada de uma voz doce como uma criança - pensamos em Joanna Newsom - Surma domina todos os instrumentos à sua volta. As suas influências musicais são uma mistura de post-rock e de jazz. O resultado é único: um som que nos envolve numa atmosfera íntima e calorosa", pode ler-se no ‘site' do festival.

Os artistas portugueses vão ser levados ao festival francês através do MIL - Lisbon International Music Network, uma convenção e festival sobre música, coproduzido por Fernando Ladeiro-Marques e que decorreu em junho em Lisboa, e da plataforma de música portuguesa Why Portugal, fundada pela Associação Profissional de Músicos Artistas e Editoras Independentes em Portugal.

"Em Portugal há muitos artistas que têm um potencial para a exportação mas não há nada para apoiar. Com este festival, eles vão ter visibilidade. Aliás, os artistas portugueses que já tocaram no MaMA, logo depois tiveram um agente francês ou uma editora que assinasse um contrato com eles. Foi o caso dos Dead Combo, Legendary Tigerman e Noiserv", concluiu Fernando Ladeiro-Marques.