Segundo a empresa de agenciamento, a cerimónia de entrega dos prémios está marcada para esta sexta-feira, durante a qual Maria Mendes irá interpretar o fado "Barco Negro", que faz parte de "Close do Me".

Maria Mendes, que vive há mais de uma década nos Países Baixos, lançou em 2019 o álbum "Close to Me", com reinterpretações de fados à luz do jazz, com a participação da Metropole Orkest e do pianista John Beasley.

Por conta do álbum, Maria Mendes esteve nomeada para os Grammys Latinos e está agora nomeada para os Grammys, na categoria de Melhores Arranjos, Instrumentais e Vocais, com o tema "Asas Fechadas", de Amália Rodrigues.

"Close to Me" é o terceiro disco da cantora, mas o primeiro totalmente cantado em português.

Quando lançou o álbum, Maria Mendes contou, em entrevista à agência Lusa, que a ideia de "pegar no fado e no folclore português, e tê-los como ponto de partida para um conceito criativo musical mais moderno e mais conceptual", surgiu na sequência de um convite para integrar as festividades do Dia do Jazz, em Roterdão.

"Pediram-me que pegasse num tema folclórico holandês, de Roterdão, e desse uma reviravolta para jazz e eu decidi fazer uma composição mais longa, adaptando o ‘Barco Negro’ juntamente com esse tema holandês", recordou.

A “descoberta musical” ao trabalhar o tema de Amália Rodrigues de uma forma “muito mais conceptual e muito diferente”, “foi tão interessante”, que para Maria Mendes “tornou-se mais forte a ideia de poder dedicar o terceiro disco fazendo esse jogo de adaptações, de alterações harmónicas, melódicas”.

Entre os 11 temas que compõem o disco há adaptações de alguns fados “menos conhecidos”, como “Asas Fechadas”, de Amália, e outros “um bocadinho mais óbvios”, como “Foi Deus” e “Tudo isto é fado”, da mesma fadista.

Do guitarrista Carlos Paredes, Maria Mendes escolheu trabalhar “Verdes Anos”, “por ser um tema que já foi muito feito e adaptado em várias versões”.

“Close to Me” inclui também versões de “dois fados modernos”: “Há música do povo”, de Mariza com letra de Fernando Pessoa, e “E se não for Fado”, de Mafalda Arnauth.

O álbum inclui também três originais de Maria Mendes, dois com letra e um com ‘scat’, e um tema escrito por “um dos gurus musicais” da cantora, o compositor e multi-instrumentista brasileiro Hermeto Pascoal, “que escreveu um fado dele, ao jeito dele, que não letra, que no fundo é quase como uma canção brasileira”.

A decisão de incluir uma formação de orquestra no disco surgiu no momento final da adaptação musical e arranjos, que Maria Mendes partilhou com o produtor do álbum, John Beasley, “um dos maiores produtores e diretores musicais de jazz internacional”.

“Quando estivemos a trabalhar estes temas na fase final, começámos a ouvir camadas de orquestra e começou a ficar na nossa cabeça tudo muito orquestrado”, recordou.

Os Edison, prémios de música dos Países Baixos, foram atribuídos pela primeira vez em 1960 e atualmente distinguem intérpretes e artistas nas áreas da música pop, jazz/músicas do mundo e música clássica.

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