Djodje sempre “teve o sonho de fazer um ‘wrting camp’, juntar vários compositores e produtores para a produção de um álbum”, e esse sonho cumpriu-se com “Minino di Oru”, contou o músico, em declarações à Lusa.
“Fomos para a Cidade Velha [na Ilha de Santiago], o berço da nação cabo-verdiana, onde estivemos dez dias numa casa e criámos 60 a 80% do disco”, recordou.
No álbum, disse, “sente-se muito a incorporação das raízes e da cultura cabo-verdiana”. “Bebemos muito do ambiente onde estávamos e conseguimos incorporar muito do que é a música tradicional à cena mais pop que eu faço, então esse ‘writing camp’ foi crucial para o que é o ‘Mininu di Oru’”, referiu.
Composto por 14 temas, o álbum conta com uma série de convidados com quem Djodje trabalhou pela primeira vez – Deejay Telio, Julinho KSD, Emicida, Princezito, Manecas Costa, Syro e Irina Barros.
Com “Mininu di Oru”, o cantor cabo-verdiano, radicado em Portugal desde 2007, assinala os 20 anos de uma carreira iniciada “muito cedo”, aos 12 anos, quando lançou a primeira música, com o grupo TC.
O título do álbum é uma espécie de alcunha que lhe foi dada em Cabo Verde. “Sempre fui muito acarinhado pelo povo cabo-verdiano e muita gente me deu esse título de ‘menino de ouro’, por me terem visto desde muito cedo. É como se tivessem adotado uma criança e acompanhado o processo todo de crescimento”, contou.
Djodje sente esse título como “um depósito de confiança”. “Uma responsabilidade que eu, enquanto músico e artista cabo-verdiano, tenho em elevar a nossa cultura e levar a nossa música o mais longe possível. Assumo um bocado esse título como algo que me dá uma certa responsabilidade, em que eu digo ‘eu tenho mesmo que ser esse menino de ouro’ para o meu povo, para o meu país”, disse.
O cantor conta levar “Mininu di Oru” aos palcos em 2022, numa digressão que irá incluir Portugal, Cabo Verde, EUA, Holanda, França, Angola Moçambique.
“A ideia é levar o disco e a ‘tour’ ao máximo de países possível, onde haja comunidade lusófona e não só”, referiu.
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