“Ensaio para uma cartografia” vai ser representado de 13 a 15 de maio e “Bacantes – Prelúdio para uma purga” nos dias 18 e 19, integrados na programação do certame a decorrer na capital austríaca de 9 de maio a 19 de junho, anunciou, em comunicado, o Teatro Nacional D. Maria II.

Antes do Festival de Viena, o espetáculo de Marlene Monteiro Freitas é apresentado em Valenciennes (França), no dia 12 de março, em Freiburg (Alemanha), no dia 15, e em Toulouse (França), de 27 a 29 de março.

Esta digressão contempla ainda espetáculos nas cidades francesas de Caen (2 e 3 de abril) e em Poitiers (12 abril). De 09 a 11 de maio, o espetáculo é mostrado na Suíça e, de 1 a 3 de junho, em Montreal (Canadá).

Além de “Bacantes – Ensaio para uma purga” e “Ensaio para uma cartografia”, o D. Maria II apresenta ainda em Viena, nos dias 7 e 8 de junho, a produção própria “Sopro”, concebida pelo seu diretor artístico, Tiago Rodrigues.

Estreado também em 2017, no Festival d´Avignon (França), "Sopro" venceu o Globo de Ouro de Melhor Peça/Espetáculo 2018.

O mundo moral e estético de Eurípides é o ponto de partida para “Bacantes – Prelúdio para uma purga”, uma criação de Marlene Monteiro Freitas na qual a bailarina e coreógrafa faz apelo ao denominador comum do seu trabalho - “a abertura, a impureza, a intensidade” -, para impor um “autêntico combate de aparências e dissimulações, polarizado entre os campos de Apolo e Dionísio", como se referia na apresentação do espetáculo à data de estreia.

A peça parte também do delírio e do irracional presentes em Eurípides, assim como da ferocidade, do desejo de paz e da aspiração a uma vida simples, como a ansiava o expoente da tragédia clássica grega, que viveu cinco séculos antes de Cristo.

É o mundo moral e estético do poeta que Marlene Monteiro Freitas tomou na construção de “Bacantes – Prelúdio para uma purga” e que percorre ao longo do espetáculo.

O espetáculo tem interpretações de Andreas Merk, Betty Tchomanga, Cookie, Cláudio Silva, Flora Détraz, Gonçalo Marques, Guillaume Gardey de Soos, Johannes Krieger, Lander Patrick, Marlene Monteiro Freitas, Miguel Filipe, Tomás Moital e Yaw Tembe.

“Ensaio para uma cartografia” é uma atitude de resistência, coragem e superação em que 12 mulheres nuas, sem formação musical nem de dança, vão construindo um caminho individual e coletivo, disse a encenadora à Lusa na altura da estreia.

Com cenografia e desenho de luz também de Mónica Calle e José Miguel Vitorino, como assistente de encenação, a peça começou a ser pensada em 2014 depois de a encenadora ter conhecido a bailarina e coreógrafa Luna Andermatt, fundadora da Companhia Nacional de Bailado, e de na altura ter começado a ter consciência do envelhecimento do corpo.

E é através da coragem e da superação que, ao som do “Bolero” de Ravel, numa redução do que Maurice Béjart fez para Maya Plisetskaya, as 12 atrizes que interpretam a peça conseguem tocar acordes simples nos violinos e violoncelos e realizar movimentos de ballet clássico, como dançar em pontas, sem que nenhuma tenha formação musical ou de dança clássica.

"Ensaio para uma cartografia" é um trabalho em construção que, segundo Mónica Calle, se prolongará por sete anos, tantos quantos os pecados mortais de Brecht.

Em 2017, na estreia foi interpretado por Ana Água, Carolina Varela, Cleo Tavares, Inês Vaz, Joana de Verona, Marta Félix, Miú Lapin, Mónica Calle, Mónica Garnel, Sílvia Barbeiro, Sofia Dinger e Sofia Vitória.

“Como ela morre”, com texto e cocriação de Tiago Rodrigues, interpretado por Frank Vercruyssen, Isabel Abreu, Jolente de Keersmaeker e Pedro Gil, é outra das perto de dez criações ou cocriações que o D. Maria II tem atualmente em digressão nacional e internacional.

De 20 a 22 deste mês é apresentada em França, no dia 26 na Bélgica, um dia depois na Holanda. De 9 a 12 de abril estará na Suíça, de 16 a 19 voltará a França, e, dias 11 e 12 de maio, na Bélgica.