Questionada pela agência Lusa sobre o montante do orçamento da Expofacic, nomeadamente os fundos públicos envolvidos, Helena Teodósio, presidente da autarquia de Cantanhede, que também lidera a comissão organizadora do evento, situou-o em 1,607 ME, mais 107 mil euros do que em 2017.
"Mas a Câmara Municipal não subsidia, a Expofacic tem tido resultados sustentados, não tem necessidade de subsídio da autarquia", disse Helena Teodósio.
A autarca adiantou que a Expofacic se organiza com receitas "de entradas, patrocinadores e publicidade", a que se junta, este ano, dez mil euros do Turismo Centro de Portugal e que a despesa com o evento "vai ser suportada por toda a receita previsível que vai entrar".
Em termos de afluência de visitantes nos 11 dias do evento - de 26 de julho a 5 de agosto - Helena Teodósio disse esperar "números semelhantes aos anteriores", em redor das 385 mil entradas.
A autarca frisou ainda que a edição 2018 da Expofacic "aposta na crescente valorização da música, gastronomia, negócios e exposições" e terá um cartaz de espetáculos "ao nível dos melhores festivais do país", gerador de um efeito "mobilizador que beneficia todos os setores" da feira.
Idalécio Oliveira, da empresa municipal Inova, parceira da organização, disse que a Expofacic "é a maior e mais variada feira-exposição do género que se realiza em Portugal, tem vindo a afirmar-se com um modelo muito próprio e elevados níveis de adesão do público".
O gestor apresentou o programa detalhado do certame, destacando, entre outros aspetos, a estreia nacional de uma exposição sobre o navio de passageiros naufragado em 1912, intitulada "Titanic: A Reconstrução" e que engloba dez núcleos expostos numa tenda com 1.500 m2.
"É uma exposição muito interessante e bem organizada, tem a maquete do navio em grandes dimensões", explicou.
A Expofacic, que ocupa uma área de cerca de 95 mil m2 com 1.470 metros de perímetro, localizada no centro da cidade de Cantanhede, possui 600 espaços de exposição - com 500 expositores - 18 dos quais para escolas, 47 tasquinhas, a grande maioria de associações do concelho, sete palcos, 15 parques de estacionamento, 11 jardins, um hospital de campanha, um acampamento a 1.500 metros do recinto, dinamizado por escuteiros com capacidade para 500 pessoas e um sistema de limpeza geral do recinto e da envolvente que funciona todos os dias a partir das 04:00.
Os autocarros de transporte de visitantes de e para destinos vizinhos passam a contar, este ano, com mais uma linha, e servem as localidades da Figueira da Foz, Coimbra, Águeda, Aveiro e praias da Tocha e de Mira, em três viagens diárias de ida e volta.
Este ano serão também distribuídos copos reutilizáveis "com água da rede e gratuitamente aos visitantes", indicou Idalécio Oliveira.
O cartaz do palco principal tem nos britânicos Waterboys (que atuam a 31 de julho) e James Arthur (4 de agosto) os principais destaques, junto com o rapper brasileiro Marcelo D2 (27 de julho) e os Dire Straits Experience (28 de julho), tributo que integra o saxofonista Chris White e o baterista Chris Whitten, ambos ex-membros da banda de Mark Knopfler.
Os Dire Straits Experience atuam no mesmo dia do projeto da superbanda nacional que revisita temas de pop/rock dos anos 1980 e 1990 e onde se incluem, entre outros, Miguel Ângelo (Delfins), Xana (Rádio Macau), Lena d'Água (Salada de Frutas) Rui Pregal da Cunha (Heróis do Mar), Luís Portugal (Jáfumega), Ana Bacalhau e Samuel Úria.
No dia 02 de agosto sobem ao palco Calema (os irmãos Fradique e António Ferreira, nascidos em São Tomé e Príncipe) e o cantor Nelson Freitas, filho de pais cabo-verdianos.
Entre os artistas nacionais, o programa inclui, entre outros, Slow J (na abertura, a 26 de julho), Tony Carreira (29 de julho), Piruka e HMB (30 de julho), José Cid (31 de julho) e Ana Moura (1 de agosto), Miguel Araújo e a banda de que foi fundador, Azeitonas - embora em concertos separados (3 de agosto) e Xutos e Pontapés, no encerramento, a 5 de agosto.
Na sessão de hoje, Pedro Machado, presidente do Turismo Centro de Portugal, justificou o apoio da entidade a que preside dado a Expofacic possuir "um ícone fortíssimo, que é a possibilidade de gerar negócios", fator que considerou "distintivo".
Por outro lado, a animação "de vários dias permite a permanência de turistas na região" a que se juntam, segundo Pedro Machado, as componentes popular, pedagógica e de formação de públicos da feira, que contribuem para o seu caráter "diferenciador", disse.
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