O evento transdisciplinar de artes contemporâneas vai apresentar este ano 29 propostas artísticas em áreas como a fotografia, música, teatro, performance, cinema, “continuando a promover a forte criação e difusão de expressões artísticas e singularidades estéticas na região do Algarve”, avançou a organização em comunicado.

Sob a direção artística de Ana Borralho e João Galante, o evento arranca no dia 4 de novembro, no Museu Municipal de Faro, com a exposição de fotografia "Faro Oeste", onde é retratado o quotidiano das comunidades ciganas das zonas de Faro, Loulé e de Boliqueime.

Também em Faro, o artista multidisciplinar Miguel Bonneville apresenta a performance "A importância de ser Alan Turing", projeto de vários espetáculos sobre as vidas e obras de artistas pensadores.

Ainda na capital algarvia, o coletivo catalão, de música, ZA! estreia "Cantos de Trabalho Impossíveis", um repertório tradicional de canções de trabalho algarvias oriundas das atividades agrícola e piscatória, com a participação de cantores e improvisadores locais, concretizado durante uma caminhada que termina no Teatro das Figuras.

Em Loulé, Tiago Gandra e de Daniel V. Melim apresentam a performance "Centro cultural do carro”, que é simultaneamente uma exposição de artes plásticas, juntando peças pouco conhecidas de artistas consagrados às de artistas algarvios. Os dois autores promovem ainda duas atividades dedicadas ao público mais novo, em que este é convidado a transformar um carro num objeto de exposição.

Ainda em Loulé, o encenador brasileiro Alex Cassal, vai apresentar "A biblioteca do fim do mundo", uma recriação da última noite antes do apocalipse, concebida para ser apresentada em bibliotecas, também com a participação da população local.

No Centro Cultural, em Lagos, o ilustrador António Jorge Gonçalves e MC Flávio Almada aka LBC Soldjah promovem uma conferência/performance a partir da história do graffiti e do rap.

Ambos são ainda os promotores de aulas para jovens, com explicações sobre o método e a dinâmica performativa do desenho digital em tempo real e de experiência exploratória no universo do hip-hop, por via do ritmo, de técnicas de escrita e da improvisação.

“A comunidade artística local também é chamada a intervir no festival Verão Azul, através dos participantes no programa de formação artística desenvolvido pelo festival em 2020, com a performance sonora ‘Orelhas de burro’, o espetáculo de teatro e dança ‘Chama-se amor, amor’ e a peça de teatro ‘Ele escreveu por 25 tostões’".

A primeira edição do Verão Azul realizou-se em 2011, na cidade de Lagos, no barlavento algarvio, estendendo-se nos anos seguintes a concelhos do sotavento, numa produção da associação cultural casaBranca, com projetos de teatro, dança, performance, música, cinema e artes visuais, conciliando obras de artistas nacionais e estrangeiros.