“Esta primeira fase é uma apresentação da associação Porta-Jazz. Numa fase posterior, queremos fazer um festival anual, em que vamos misturar músicos da Porta-Jazz (músicos nacionais) com os músicos do +Jazz (da região), aqui e no Porto”, disse, em declarações à Lusa, Daniela Silveira, fundadora do projeto +Jazz.

Pelo Museu de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, vão passar seis artistas e bandas com carimbo Porta-Jazz, estando o terceiro dia do festival reservado à formação de grupos locais, que no final apresentam o trabalho ao público.

A ideia está a ser trabalhada há cerca de um ano e meio pelas duas associações, que têm objetivos e missões semelhantes, mas estão separadas pelo oceano Atlântico.

A associação Porta-Jazz, criada em 2010, por músicos e professores de jazz, tem já um festival anual e um circuito mensal de jazz na cidade do Porto, promove formações e intercâmbios, e edita discos.

Para o projeto +Jazz, fundado em 2012, com o objetivo de promover os jovens artistas açorianos, a parceria com a Porta-Jazz é uma oportunidade para levar os músicos do arquipélago mais longe.

“Os discos com carimbo Porta-Jazz têm ido além-fronteiras e nós achamos que essa parceria, sem dúvida, será uma mais-valia para a formação dos nossos músicos e para poderem dar o salto para editar discos e terem parcerias com outros músicos”, frisou Daniela Silveira.

Desde que foi criado, o projeto +Jazz conseguiu organizar um festival anual com músicos regionais, aumentando a oferta de concertos deste estilo musical na ilha Terceira, e fidelizar novos públicos.

“Estão a surgir muitos músicos novos entre os 20 e os 25 anos e conseguir cativar esse público tem sido um desafio, mas acho que tem sido um desafio bem conseguido, porque nós vemos nos nossos eventos caras jovens”, salientou a promotora do evento.

Segundo Daniela Silveira, as filarmónicas e o conservatório da ilha têm formado “muitos músicos” e têm surgido várias bandas ligadas ao jazz.

“Acho que há muito interesse e, cada vez mais, os músicos novos estão a entrar numa vertente de soul/blues. E o jazz também é muito importante, dá muita bagagem a nível musical para outros projetos que eles queiram pensar e fazer”, adiantou.

O festival Porta-Jazz arranca a 03 de fevereiro, com o quarteto do contrabaixista Miguel Ângelo, que já lançou dois álbuns com a Porta-Jazz, seguido pelos Baba Mongol.

No segundo dia, atuam os Sinopse, quinteto do músico madeirense radicado no Porto João Paulo Rosado, e os MAP, liderados pelo pianista Paulo Gomes, que deram recentemente vários concertos em França.

Sobem ainda ao palco o Pedro Neves Trio, cujo álbum de estreia, em 2013, chegou ao Japão, e o Coreto, grupo composto por 12 elementos de uma nova geração de músicos do Porto, formado pela associação Porta-Jazz.

Em maio, em Angra do Heroísmo, decorrerá a sexta edição do festival +Jazz e, a partir de 2018, a iniciativa passará a ser realizada em colaboração com o Porta-Jazz, com a participação de músicos nacionais.