O autarca falava durante uma conferência de imprensa realizada no Teatro da Trindade, em Lisboa, para apresentar as últimas novidades do certame literário, que nesta segunda edição terá uma parceria com a CP, fazendo ligações ferroviárias diárias entre o Rossio, em Lisboa, e Óbidos.

"O Fólio é um festival literário internacional, que vai além da lusofonia, à conquista de novos continentes. É um acontecimento transcontinental", avaliou Humberto Marques, acrescentando que o certame "dignifica o país".

O autarca salientou que o Fólio, "muito mais do que um festival de literatura, é um evento de cultura", no qual os livros convivem com "a música, a dança, o teatro, as artes plásticas e as economias".

"Este ano terá uma dimensão ainda maior, com 250 atividades em 11 dias. O público não poderá fazer tudo, mas é isso mesmo que queremos: que as experiências do festival não se esgotem, e que as pessoas façam escolhas", sustentou o autarca.

O prémio Nobel da Literatura V.S. Naipaul, natural de Trinidad e Tobago, residente no Reino Unido desde os 18 anos, o britânico Salman Rushdie, o islandês Jón Kalman Stefánsson, o mexicano Juan Pablo Villalobos, a luso-angolana Djaimilia Pereira de Almeida, e a ilustradora alemã Jutta Bauer são os convidados mais destacados do certame, anteriormente anunciados pela organização.

A organização avançou hoje o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vai estar presente no encerramento do festival, que termina no domingo.

Sob o tema "Utopia", o festival vai juntar à conversa, em 16 mesas, escritores com leitores, nomeadamente os portugueses Miguel Sousa Tavares, Afonso Cruz, Grande Prémio de Conto, por "Enciclopédia da Estória Universal", e Rui Cardoso Martins, cocriador de programas como "Contra-Informação" e "Herman Enciclopédia", vencedor do Grande Prémio de Romance da Associação Portuguesa de Escritores, com "Deixem passar o homem invisível".

“Utopia” assinala os 500 anos da publicação de "Utopia", de Thomas More, o Ano Internacional do Entendimento Global, o centenário do nascimento de Vergílio Ferreira, os 500 anos da morte do pintor Hieronymus Bosch e os 400 da morte de William Shakespeare e Miguel de Cervantes, e ainda evocará o poeta Ruy Belo (1933-1978), autor de "País possível", a quem será dedicado um dia do festival.

Questionada pela Lusa sobre o orçamento do festival, a organização indicou que este ano é de 595 mil euros, o que representa uma diminuição face ao ano passado, cuja primeira edição foi orçada em 660 mil euros.

O festival literário de Óbidos é uma organização da autarquia, com o Turismo Centro de Portugal, o apoio de fundos comunitários e perto de duas dezenas de parceiros de programação.