A primeira edição do Ano 0, festival focado na cena eletrónica na perspetiva Queer e comunitária, vai decorrer a 6 e 7 de setembro, em Lisboa e no Barreiro, procurando criar espaços para novas identidades, anunciou a organização.

Organizado pela Rádio Quântica, o festival irá apresentar "muitos dos coletivos que têm nos últimos anos reunido esforços para criar espaços para novas identidades, corpóreas e sonoras, que até há muito pouco tempo não tinham espaço nas plataformas convencionais".

De acordo com o programa enviado à agência Lusa, o festival acolherá artistas nas duas cidades, na Galeria Zé dos Bois, em Lisboa, e na ADAO - Associação Desenvolvimento Artes e Ofícios, no Barreiro.

Na Galeria Zé dos Bois, o programa será aberto com uma conversa sobre “A história do DIY na grande Lisboa”, seguido de um DJ ‘set’ pelas mãos de Puto Tito, da editora Príncipe, com o seu primeiro álbum acabado de sair, seguido de uma figura da música ambiental feita em Portugal, Raw Forest, também com um lançamento recente pela editora Labareda.

Do Barreiro, a representar a Linha Amarela Produções, vai estar Opus Pistorum, com um ‘live’ de “neuro-dance”, como o próprio artista descreve.

Está prevista uma performance de funk transfeminista pelos corpos de Agatha Cigarra e Tita Maravilha, e a atuação do produtor e DJ Fabaítos.

Paralelamente, o coletivo 00:NEKYIA ocupará uma sala no primeiro andar da galeria com uma instalação audiovisual que pretende "desconcertar mentes e sentidos", segundo a organização.

No segundo dia, o programa continua no outro lado do Tejo, na ADAO.

O programa será iniciado com uma conversa sobre “Como criar uma editora de música”, com a presença de Violet, seguido de Catarina Branco, e de um ´showcase´ da Troublemaker Records, "um coletivo que se se tem esforçado para trazer um olhar Queer e POC para a R&B feita em Portugal", com a participação de NESS, Herlander e Phoebe.

Aurora Pinho apresenta pela primeira vez no Barreiro um espetáculo que questiona a sua identidade através de música eletrónica pesada e ‘loops’ hipnóticos.

Também está prevista a participação da dupla Violet e Photonz, fundadores da Rádio Quântica, seguidos por Syma.

Num palco secundário, vão predominar as expressões mais experimentais e expansivas da música eletrónica, com Stasya, Kerox, Viegas e BLEID, dois residentes e nomes-chave do coletivo Mina.

A Rádio Quântica define-se a si mesma como "uma nova plataforma que se propõe funcionar como um refúgio seguro e comunal, onde a voz de artistas e ativistas do underground português se possa fazer ouvir".

Foi fundada pelos artistas portugueses Photonz e Violet, ambos com 12 anos combinados de experiência em rádio local, nacional e online, em conjunto com um grupo de artistas "que têm ajudado a elevar a cena a novos patamares".