"Seria praticamente impossível fazer o Semibreve na mesma lógica [das edições anteriores], pelo que optámos por uma reorganização total do programa, que foi desenhado do zero", explicou à Lusa o diretor artístico do festival, Luís Fernandes.

O que estava preparado para este ano foi adiado para outubro de 2021, tendo sido feito um programa "que parte da ideia de reclusão, de confinamento", tendo o Mosteiro de Tibães como "elemento central" onde estarão colocadas obras sonoras e onde foram gravadas performances dos artistas convidados.

Luís Fernandes explica que o festival encomendou obras sonoras inéditas a sete artistas, entre os quais Jim O’Rourke, Beatriz Ferreyra, Ana da Silva e Tyondai Braxton, que estarão instaladas no mosteiro e virtualmente acessíveis em ‘streaming’ no ‘site’ do Semibreve.

Também online serão exibidas, apenas nos dois dias do festival, performances previamente gravadas de cinco artistas convidados pelo Semibreve, fruto de residências artísticas em Braga: Pedro Maia, Klara Lewis, Laurel Halo, Nik Void e Oliver Coates.

"Não tivemos nenhuma recusa de nenhum dos artistas convidados. Percebemos que houve um apreço pelo facto de não termos desistido do festival e um fascínio imediato pelo contexto do mosteiro", explicou Luís Fernandes.

O Semibreve contará ainda com um programa de conversas que versam sobre a criação contemporânea nas áreas da música eletrónica, experimental e arte sonora.

Os artistas Chris Watson e David Toop, os curadores Nuno Crespo e Margarida Mendes, a investigadora Raquel Castro e o programador Pedro Santos são alguns dos convidados destas conversas.

Apesar de a programação se focar no online, Luís Fernandes explicou que as obras de arte sonora estarão dispersas pelos espaços do mosteiro e que poderão ser visitáveis no fim de semana, para quem comprar bilhete para visitar aquele edifício.