O prémio foi comunicado ao poeta pela diretoria da União Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro (uma das várias sucursais daquela sociedade) na semana passada, mas só será oficializado com a entrega do diploma no próximo dia 23.

“Este prémio constitui uma importante prova de reconhecimento do meu labor poético, que muito me honra e é quase um símbolo para mim, na medida em que é batizado com o nome de um poeta, autor de alguns dos mais emblemáticos poemas amorosos da poesia brasileira, ligado ao Romantismo, movimento com o qual, interiormente, sempre me identifiquei”, afirma Gonçalo Salvado, autor de 15 livros de poesia exclusivamente centrados no erótico e na exaltação do amor sensual e de várias antologias de temática amorosa.

Ilustrado com desenhos inéditos do escultor Francisco Simões e fotografias de Manuel Magalhães, “Denudata” teve o apoio da Câmara Municipal de Castelo Branco, cidade onde o livro foi apresentado, em 2018, pelo escritor e ensaísta Pedro Mexia.

No prefácio da obra, o poeta brasileiro Carlos Nejar considera que a poesia de Gonçalo Salvado “se singulariza em grandeza na nova poesia portuguesa” e descreve que a sua escrita “não se volta apenas ao amor como tema, ou busca, ou obsessão, é desnudez da linguagem, sede se despindo em corpo e corpo que se perfaz em alma”.

A poeta e crítica de arte Maria João Fernandes destaca, por sua vez, no texto de abertura, que “a mulher na poesia de Gonçalo Salvado representa a maior luz e a maior energia possíveis, mistério capaz de inspirar, como o sagrado, terror e maravilha”.

Esta não é a primeira vez que Gonçalo Salvado é distinguido pela UBE: em 2013 foi-lhe atribuído o Prémio Sophia de Mello Breyner Andresen pelo conjunto da sua obra.

Atualmente, Gonçalo Salvado está a trabalhar num novo livro de poesia, intitulado “Quando A Luz do Teu Corpo Me Cega”, ilustrado com desenhos inéditos de Álvaro Siza, e que contará com uma versão em Braille.

A paixão do autor pelo tema fundador da sua obra e do lirismo português está refletida não só nos seus livros, mas também numa exposição que comissariou e que está patente na Biblioteca Nacional de Portugal, até dia 31 de novembro: uma mostra bibliográfica e iconográfica sobre o "Cântico dos Cânticos", composta por mais de uma centena de livros da sua coleção privada, que se intitula “Beija-me com os beijos da tua boca”.

Esta exposição tem por base o livro poético e sapiencial do Antigo Testamento “Cântico dos Cânticos”, de Salomão, cuja segunda frase inspirou o título da mostra: “Que ele me beije com os beijos de sua boca”.

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