Uma mulher que trabalhou como massagista para a banda de rock Eagles entrou com uma ação na terça-feira (16) a acusar o ex-produtor de cinema Harvey Weinstein e James Dolan, o multimilionário por trás do famoso Madison Square Garden (MSG) de Nova Iorque, de agressão sexual e tráfico de pessoas.
No documento judicial, a queixosa Kellye Croft alega que Dolan - cujo grupo MSG gere as equipas profissionais nova-iorquinas de basquetebol Knicks e de hóquei Rangers - obrigou-a a manter uma relação sexual não desejada em 2013, antes de organizar um encontro com Weinstein, que está preso por múltiplas agressões sexuais e violação.
Tanto Dolan quanto Weinstein negam as acusações.
Dolan contratou Croft como massagista de Glenn Frey - membro fundador da banda Eagles, falecido em 2016 - há uma década, quando ela tinha 27 anos e ele 58.
Nos documentos apresentados num tribunal federal de distrito de Los Angeles, a atividade de Croft é descrita como um trabalho "de sonho" que teve consequências dolorosas nas mãos dos dois poderosos homens, que na época controlavam os 'media' e o entretenimento.
Dolan começou a agendar massagens com Croft, que alega que ele era "extremamente assertivo" e "extremamente manipulador", pressionando-a repetidamente para manter relações sexuais não desejadas ao longo da digressão, enquanto ela "se sentia obrigada", diz a ação.
Segundo a queixosa, Croft juntou-se à digressão dos Eagles em janeiro de 2014, em Los Angeles. A ação acusa Dolan de facilitar o seu transporte através das fronteiras estaduais "para fins de sexo induzido por força, fraude ou coerção".
Quando estava na Califórnia, Dolan facilitou um encontro de Croft com Weinstein, onde ele pediu que ela experimentasse uma roupa e lhe fizesse uma massagem. O então poderoso executivo do cinema agrediu-a sexualmente antes que o telefone começasse a tocar e era Dolan quem ligava, indica o documento.
"James Dolan manipulou-me, levou-me à Califórnia para abusar de mim e criou uma armadilha para que Weinstein me agredisse", afirmou Croft num comunicado feito através do seu advogado.
Weinstein, de 71 anos, cumpre atualmente uma pena de 23 anos por crimes sexuais imposta por um tribunal de Nova Iorque. Também foi condenado a 16 anos por um tribunal de Los Angeles por violação, sentença que cumprirá em seguida.
Em 2018, após a avalanche de acusações contra Weinstein, Dolan tentou distanciar-se do seu outrora amigo próximo, depois de inclusive ter integrado o conselho de administração da sua produtora Weinstein Company.
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