O recital, já esgotado, intitulado “Alfredo Keil: da Pintura à Música”, desenha “uma leitura cruzada de vários elementos, tendo em conta a personalidade dotada de um talento plural do compositor, que, além da pintura, escreveu poesia, pintou e fez fotografia”, disse à agência Lusa fonte da organização do ciclo musical.

Neste sentido, durante o recital serão projetadas imagens alusivas à obra pictórica do autor, que residiu em Sintra, e serão feitas breves intervenções pelo maestro e pianista João Paulo Santos, um dos intervenientes no recital, e pela musicóloga Luísa Cymbron, da Universidade Nova de Lisboa.

Além do pianista João Paulo Santos participam no recital a soprano canadiana Siphiwe McKenzie, que se estreia em Portugal, o tenor Marco Alves dos Santos e a violoncelista Irene Lima.

O programa do recital “constitui-se como uma antologia da sua produção no domínio musical, abordando desde a pequena peça para piano até excertos de três das suas óperas, ‘Dona Branca’ (1888), ‘Irene’ (1893) e a fundamental ‘Serrana’ (1899), primeira ópera de um autor português com temática portuguesa” e cantada em português, adiantou a mesma fonte.

O ciclo Serões Musicais no Palácio da Pena, iniciado no passado dia 04, é dedicado ao repertório romântico do século XIX, e inspira-se “nos saraus promovidos pelo rei D. Fernando II, marido de D. Maria II, e pela sua segunda mulher, a condessa d’Edla, antiga cantora operática”.

O ciclo, na terceira edição, aborda “os aspetos mais intimistas da música romântica e contextualiza-a”, disse à agência Lusa o seu diretor artístico, o maestro e violetista Massimo Mazzeo.