“A nossa vontade de abrir é imensa, mas não temos ainda uma data prevista de reabertura. Não somos um bar nem uma sala de espetáculos, mas temos concertos”, afirmou à agência Lusa Luís Cunha, da direção do clube de jazz, encerrado desde 12 de março por causa da COVID-19.

O Hot Clube de Portugal, com mais de 70 anos e situado na Praça da Alegria, é composto por uma pequena sala de espetáculos e um pátio jardim, com uma capacidade total de 180 pessoas.

Para manter as condições de segurança exigidas por causa da COVID-19, o espaço só poderá acolher cerca de vinte espectadores para assistir aos concertos, uma condicionante que o leva a manter ainda as portas fechadas.

Luís Cunha explica que, ainda assim, o Hot Clube de Portugal quer “começar a movimentar-se e a manter-se ativo”, pelo que programou uma série de concertos que decorrerão na Praça da Alegria, sem público e com transmissão online paga.

Os concertos serão às quintas e sextas-feiras, apenas com formações reduzidas, por causa das distâncias de segurança exigidas, e transmitidos em direto na plataforma crowdcast.io/hotclubedeportugal.

Esta semana atua o trio TGB, formado por Sérgio Carolino (tuba), Mário Delgado (guitarra) e Alexandre Frazão bateria).

Na próxima semana, no dia 25, atua o trio do baixista Yuri Daniel, com Diogo Vida (piano) e Vicky Marques (bateria), seguindo-se, a 26, o trio do saxofonista Desidério Lázaro, com o contrabaixista Nelson Cascais e o baterista Luís Candeias.

A 2 de julho apresenta-se o contrabaixista André Rosinha, acompanhado por João Paulo Esteves da Silva (piano) e Marcos Cavaleiro (bateria).

Apenas foram anunciados estes concertos, com a direção do HCP na expectativa de poder, entretanto, reabrir o clube, mas sem qualquer garantia de datas.

O Hot Clube de Portugal, o mais antigo clube de jazz europeu em atividade, foi criado oficialmente em 19 de março de 1948, quando Luiz Villas-Boas, melómano e fundador do clube, preencheu a ficha de sócio número um.

A par do clube e da escola de jazz, parte do trabalho da instituição passa também pelo núcleo museológico, assente sobretudo no espólio deixado por Luiz Villas-Boas, que morreu em 1999.

Em mais de setenta anos de história, o Hot Clube de Portugal terá vivido o momento mais difícil em 2009, quando a cave onde funcionava há décadas, num edifício na Praça de Alegria, ficou destruída num incêndio, sobrando hoje apenas a fachada do prédio.

Dois anos depois, em 2011, o Hot Clube de Portugal retomou a atividade, duas portas ao lado da cave antiga, num espaço mais moderno, mas, ainda assim, pequeno. E com a ficha de sócio de Luiz Villas-Boas a relembrar quando tudo começou, em 1948.

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