Um tribunal de Ufa (centro da Rússia) informou na quinta-feira à agência russa Ria Novosti que o cantor está a ser processado por "ação pública destinada a desacreditar o uso das forças armadas russas" e que o caso seria encaminhado para uma jurisdição em São Petersburgo, a sua cidade de residência.

"Estamos a matar pessoas na Ucrânia, porquê? Os nossos jovens estão a morrer na Ucrânia, porquê?", questionou o cantor de 65 anos num concerto em Ufa a 18 de maio.

Shevchuk corre o risco de ser multado, mas o código penal também prevê penas de até cinco anos de prisão para esse tipo de crime em caso de reincidência e circunstâncias agravantes.

Líder do grupo de rock DDT, muito famoso na ex-URSS, Shevchuk denunciou ao longo dos anos a influência de Vladimir Putin, chegando a questioná-lo em 2010 em uma reunião transmitida pela televisão.

O artista também foi um dos líderes de um amplo movimento de protesto na Rússia em 2011-2012, que foi reprimido pelo Kremlin.

Shevchuk começou a carreira na década de 1980, última década da URSS, ganhando popularidade graças às suas canções anti-establishment.