Em declarações à Lusa, no dia em que a Lovers & Lollypops completou o cartaz da edição deste ano, o organizador Joaquim Durães sublinhou que o festival tem por base “um caráter de perceber por onde caminha uma série de linguagens musicais e este ano acaba por não ser diferente”.
“Vamos picar um pouco o que é que música anglo-saxónica pode oferecer, como também olhar para outras regiões ou continentes como África e América do Sul, e o Milhões tornou-se - não foi esse o seu intuito inicial -, mas acabou por se tornar nuns 'Jogos sem Fronteiras' da música, em que [se juntam] uma série de influências e de linguagens musicais que não se tocam à primeira vista ou audição, mas que fazem todo o sentido juntas”, explicou Joaquim Durães.
O Milhões de Festa deste ano vai contar com Arruadas, ou seja, atuações de acesso gratuito de Filho da Mãe, OTROTORTO e Ich Bin N!ntendo, “em lugares inusitados” de Barcelos, cuja localização só será revelada no próprio dia, com direito a guia por parte de O Gringo Sou Eu.
A nível musical, o cartaz do Milhões de Festa passa por bandas e artistas de múltiplas proveniências, tendo fechado a programação com as confirmações de GAIKA, Oozing Wound, Aggrenation, PO+AL, Varg e Ensemble Insano, que se juntaram a The Bug, Dan Deacon, El Guincho e a muitos outros.
Sobre o programa, Joaquim Durães realça que, no âmbito do conceito do Milhões, “os Goat acabam por ser uma banda inspiradora nesse aspeto, uma banda sueca com filiação africana, mas depois [há] bandas como os Sons of Kemet, com um músico como o Shabaka Hutchings, que está a fazer uma nova aproximação ao jazz como o Kamasi Washington, (…) e uma série de outras bandas mais antigas e de culto como os The Heads a outros como o Sun Araw, que vai fazer uma residência cá”.
Questionado sobre como promover um festival com um cartaz repleto de nomes desconhecidos da maior parte do público, Durães reconhece ser uma discussão que existe ao nível da organização, mas recorda momentos do seu passado: “Lembro-me sempre de quando era adolescente e ia a imensos concertos, sem saber o que é que ia encontrar, mas confiava numa série de promotores que me ofereciam surpresas que nunca mais vou repetir”.
“Acima de tudo é um convite a uma descoberta, porque nem sempre precisas de saber de fio a pavio o que é uma banda, o que é uma sonoridade. É um pouco libertares-te desta amarra da informação global e total e ser mais livre nas escolhas que se podem fazer”, disse Joaquim Durães.
O passe geral para o Milhões de Festa custa 55 euros, enquanto um bilhete diário é de 20 euros, sendo gratuito hoje o acesso ao palco Taina.
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