Segundo o documento, foram considerados 70 autores para a nomeação, entre os quais se contam o poeta Carlos Drummond de Andrade e o escritor Jorge Amado, mas também o inglês Graham Greene, o argentino Jorge Luis Borges, o poeta anglo-americano W.H. Auden, o japonês Yasunari Kawabata, que acabaria por arrecadar o prémio no ano seguinte, e o irlandês Samuel Beckett, distinguido em 1969.
Porém, o comité do Nobel acabou por nunca honrar Greene ou Borges, dois autores que ainda são amplamente lidos, ao passo que os títulos de Miguel Angél Astúrias são mais escassos, assim como numa chegou a atribuir o Nobel a Drummond de Andrade nem a Jorge Amado.
As nomeações para os prémios Nobel só são divulgadas 50 anos após a atribuição do prémio.
O poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade foi proposto pelo poeta sueco seu contemporâneo Gunnar Ekelöf, enquanto o escritor Jorge Amado foi sugerido pela associação de escritores brasileiros, pela sociedade brasileira de autores teatrais, e por três professores das universidades do Texas, da Columbia e de Vanderbilt, nos Estados Unidos.
Entre os nomes apontados como possíveis vencedores do Nobel da Literatura, em 1967, incluíam-se ainda Claude Simon, que viria a ser distinguido em 1985, Saul Bellow, premiado em 1976, Eugenio Montale, em 1975, e Pablo Neruda, em 1971.
Lawrence Durrell, E.M. Forster, Georges Simenon, Ezra Pound, André Malraux, Alberto Moravia, Katherine Anne Porter e J.R.R. Tolkien eram outros nomes candidatos ao Nobel de Literatura, nesse ano, que nunca chegaram a receber o prémio.
Os documentos de 1967 revelam as maquinações que decorreram no comité do Nobel, para a escolha do guatemalteco Miguel Ángel Astúrias como vencedor, um autor que elogiaram "pela sua vívida conquista literária, profundamente enraizada nas características nacionais e tradições dos povos indianos da América Latina".
Dos 70 candidatos ao Nobel da Literatura em 1967, apenas cinco eram mulheres: Marie Luise Kaschnitz, Katherine Anne Porter, Anna Seghers, Judith Wright e Lina Kostenko.
A mais recente vencedora do galardão foi Svetlana Alexievich, em 2015, e foi apenas a 14.ª mulher a ser laureada desde que o prémio foi instituído, em 1901.
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