"É uma homenagem no âmbito do Salão do Livro, com leitura de textos de Eduardo Lourenço sobre Montaigne e haverá testemunhos das pessoas que conheceram e conviveram com Eduardo Lourenço aqui em Bordéus", explicou Manuel Dias, amigo do escritor português, em declarações à agência Lusa.

As jornadas apresentam nos Halles de Chartrons, no centro de Bordéus, a cultura portuguesa através de todas as suas manifestações. Neste encontro promovido pelo consulado geral de Portugal em Bordéus, inaugurado na sexta-feira, estão presentes algumas das principais editoras de autores em língua portuguesa, como as Edições Quatorze, Edições Poisson Volant, Edições Escampette ou as Edições Chandeigne.

"Esta editora nasceu com Portugal. Em 1987 fiz a minha primeira viagem a Portugal e não tinha qualquer laço ao país, mas apaixonei-me por Portugal. Encontrei pessoas extraordinárias, entre elas Fernando Fernandes, da livraria Leitura, no Porto, que me deu a conhecer traduções de escritores como Lobo Antunes e decidi organizar a minha vida para defender os escritores e a literatura portuguesa", disse Sylviane Sambor, coordenadora e fundadora das Edições Escampette.

A partir de 1988 e até 2013, Sylviane Sambor organizou em Bordéus o encontro anual ‘Carrefour des Littératures’ onde marcaram presença escritores como José Saramago, Agustina Bessa-Luís, José Cardoso Pires, António Lobo Antunes ou Sophia de Mello Breyner.

Eduardo Lourenço foi sempre presença assídua nestes encontros e nunca escondeu o amor por Bordéus. "Viveu pouco em Bordéus, mas veio aqui muitas vezes, foi aqui que conheceu a mulher. Para ele, Bordéus era uma cidade de primeiro encontro com o mundo", disse Manuel Dias, justificando assim a homenagem de sábado.

Esta é também uma feira para editoras de portugueses em França, como Tony Cardoso com a sua editora Douro. Com dois anos de edição em França, esta editora já conta 145 livros publicados em França, recebendo mensalmente mais de 300 manuscritos.

"Nasci no Douro e tenho uma paixão muito grande por todos os autores que escreveram ou viveram no Douro. Naturalmente, pensei no nome Douro e pensei ir à procura de alguns talentos ligados às minhas origens", explicou Tony Cardoso, que, por enquanto, se tem concentrado mais no mundo francófono.

Estes dias em Bordéus vão também servir para mostrar outras vertentes culturais.

"Estas segundas Jornadas do Livro e da Cultura Portuguesa terão também aqui ‘break dance’, que até é modalidade olímpica, corais, teatro, dança. É muito importante que estes artistas sejam reconhecidos pela nossa comunidade, ao mesmo tempo que os nossos escritores", sublinhou Mário Gomes, cônsul de Portugal em Bordéus.

Assim, até domingo, será possível comprar livros, encontrar editores de autores portugueses em França e assistir a diferentes manifestações culturais ligadas a Portugal, decorrendo no dia 3 de julho uma homenagem a José Saramago.

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