Quatro décadas depois da sua morte, Bob Marley ainda vive através das suas canções, como "One Love", "Redemption Song" e "I Shot The Sheriff", que permaneceram de uma forma poucas vezes vista na música popular.

Os seus ricos hinos de paz e luta, esperança e descontentamento ainda fazem eco em todo o mundo, especialmente na sua Jamaica natal, um pequeno país cuja a cultura do seu filho mais ilustre a popularizou a nível internacional.

"Costuma-se dizer que as estrelas mais brilhantes às vezes não duram muito e, de muitas formas, Bob Marley foi a nossa estrela mais brilhante; conquistou muito num curto período de tempo", disse Judy Mowatt, membro original do influente trio vocal I-Threes, que acompanhava Marley.

"Ao olhar para trás, acho que ele estava à frente de seu tempo de muitas formas", frisa Mowatt à AFP. "As suas palavras foram proféticas - ele acreditava em tudo o que cantava, não eram apenas letras e música", remata.

'O dinheiro não pode comprar a vida'

Bob Marley foi diagnosticado com melanoma em 1977, descoberto inicialmente debaixo de uma unha do pé, depois de sofrr uma lesão enquanto jogava futebol. O músico contrariou as recomendações médicas de amputar o dedo, um procedimento que violaria a sua firme fé rastafári.

Em viagem a Nova Iorque em 1980 para se apresentar em dois espetáculos no Madison Square Garden, Bob Marley desmaiou enquanto corria no Central Park. O artista foi levado de urgência para o hospital, onde os médicos descobriram que o cancro tinha se espalhado para o cérebro, pulmões e fígado.

Bob Marley apresentou-se no que seria seu último concerto em Pittsburgh, a 23 de setembro de 1980. Pouco depois, o artista interrompeu a digressão e durante meses submeteu-se sem sucesso a um tratamento alternativo contra o cancro, na Alemanha.

De regresso à Jamaica para receber um dos prémios mais importantes do seu país, a Ordem do Mérito, o seu estado de saúde piorou. Bob Marley fez uma paragem em Miami para receber cuidados de emergência.

"O dinheiro não pode comprar a vida", teria dito ao filho Ziggy no hospital antes da sua morte a 11 de maio de 1981.

Os Wailers, reunidos

O momento em que soube da morte de Bob Marley marcou Mowatt. "Era uma segunda de manhã, estava sentada na varanda como estou agora, e recebi o telefonema com a notícia do falecimento de Bob", contou. "Senti uma dor profunda. Todos aqueles anos em que trabalhámos juntos tinham chegado a um fim e aquilo abalou-me", confessou: "O Bob tinha partido para sempre".

Bob Marley teve funeral de Estado na Jamaica a 21 de maio de 1981, que combinou elementos da tradição rastafári e dos ortodoxos etíopes. O artista foi enaltecido pelo ex-primeiro-ministro Edward Seaga e sepultado com a sua guitarra nyma capela perto do local onde nasceu.

Este 40.º aniversário da sua morte é particularmente comovente, pois este ano morreu o último membro vivo dos Wailers originais, Bunny. "Este é o primeiro ano em que estamos a lembrar o aniversário da passagem de Bob em 1981 no contexto da partida dos três Wailers, Peter (Tosh) que partiu em 1987, e Bunny que sobreviveu aos dois por 40 e 33 anos, respectivamente, fazendo a passagem aqui em 2021", disse Maxine Stowe, empresário de longa data de Bunny Wailer.

Os Wailers "agora estão reunidos num outro plano da existência", disse Stowe.

O grupo ajudou a transformar o reggae nos anos 1960 nm fenómeno global de impacto inédito.

O género, que emergiu do ska e do rocksteady jamaicanos, também derivado do jazz e do blues americanos, influenciaram um número incontável de artistas e inspirou muitos novos estilos musicais, como o reggaeton, o dub e o dancehall.

O estilo é frequentemente enaltecido como a música dos oprimidos, com letras que abordam temas sociopolíticos.

Tudo o que se passa à frente e atrás das câmaras!

Receba o melhor do SAPO Mag, semanalmente, no seu email.

Os temas quentes do cinema, da TV e da música!

Ative as notificações do SAPO Mag.

O que está a dar na TV, no cinema e na música!

Siga o SAPO nas redes sociais. Use a #SAPOmag nas suas publicações.