"É o melhor sítio, porque está mais perto do rio, representa um lado intrínseco da cidade, representa a viagem e os cruzamentos multiculturais que fazem também o festival", disse. Este ano, terá apenas três dias de concertos, fruto de um decréscimo orçamental.

O Lisboa Mistura abrirá com uma atuação da OPA - Oficina Portátil de Artes, um projeto pedagógico que envolve mais de uma centena de jovens de bairros de Lisboa. O concerto será um resultado de várias residências artísticas dos participantes, sob orientação do músico Francisco Rebelo.

Ainda no dia 20, o palco na Ribeira das Naus contará com o grupo La Chiva Gantiva, formado em Bruxelas com músicos colombianos.

De acordo com Carlos Martins, o programa deste ano do Lisboa Mistura conta com uma maior participação de artistas mulheres, "lutadoras, que fazem grande música e contribuem para uma reflexão não só política, mas estética e humana do mundo".

É o caso da cantora marroquina Oum, que atua no dia 21, ou da artista turca Gaye Su Akyol, que se apresenta no Lisboa Mistura e tem também atuação marcada para o Festival Músicas do Mundo de Sines.

A elas junta-se ainda o Projeto AAMA, criado em dezembro em Lisboa pela cantora espanhola Mili Vizcaíno, e que fará a estreia no festival.

Na ligação ao hip hop e ao jazz, como explicou Carlos Martins, está ainda o saxofonista britânico Soweto Kinch, em formato trio.

O Lisboa Mistura terá uma pré-abertura no dia 19, associando-se à Festa da Diversidade, organizada pela associação SOS Racismo, no B.Leza, com a presença, por exemplo, de Braima Galissá, Guto Pires e Costa Neto.

"O festival é diferente da Festa da Diversidade, mas há pontos que se tocam contra o racismo, pela igualdade, equidade, tolerância e esta cidade multicultural. É preciso uma melhor estratégica para concertar atividades", disse Carlos Martins.

O Lisboa Mistura é uma iniciativa da associação Sons da Lusofonia, em parceria com a autarquia, e tem um orçamento de cerca de 70 mil euros.