O jornal Expresso desta semana noticia que a Academia de Ciências de Lisboa recebeu da Academia Sueca um convite para apresentar, até 31 de janeiro, as candidaturas portuguesas ao Nobel da Literatura. De acordo com o semanário, Manuel Alegre e Agustina Bessa-Luís foram os nomes apontados pelos membros da Classe de Letras.

Os dois escritores portugueses são possíveis candidatos a receberem o Nobel. "Em nome da Academia Sueca, nós, os subscritores, que constituem o Comité Nobel, temos a honra de vos convidar a nomear, por escrito, um candidato (ou candidatos) ao Prémio Nobel da Literatura para o ano de 2018", pode ler-se na carta publicada pelo Expresso e assinada por Per Wästerberg, chairman do Comité.

Segundo a revista Sábado, em 2017 a Academia Sueca recebeu 240 propostas.

Agustina Bessa-Luís

O primeiro livro de Agustina Bessa-Luís, “Mundo fechado”, foi publicado em 1948. Desde então, a escritora publicou ficção, ensaios, teatro, crónicas, memórias, biografias e livros para crianças.

O romance “A Sibila”, publicado há mais 60 anos, valeu-lhe os prémios Delfim Guimarães e Eça de Queiroz, os primeiros de uma lista de vários galardões, entre os quais o Grande Prémio de Romance e Novela, da Associação Portuguesa de Escritores, em 1983, pela obra “Os Meninos de Ouro”, que voltou a receber em 2001, com “Joia de Família”.

A escritora foi distinguida pela totalidade da sua obra com, entre outros, os Prémios Camões e Vergílio Ferreira, ambos em 2004, e o Prémio de Literatura do Festival Grinzane Cinema, em 2005.

Manuel Alegre

Manuel Alegre de Melo Duarte nasceu a 12 de maio de 1936, em Águeda, estudou Direito na Universidade de Coimbra, onde foi dirigente estudantil.

Na década de 1960, os seus dois primeiros livros, “Praça da Canção” (1965) e “O Canto e as Armas” (1967), foram apreendidos pela censura. Os seus poemas foram cantados por, entre outros, José Afonso, Amália Rodrigues, Adriano Correia de Oliveira, Manuel Freire e Luís Cília.

Manuel Alegre regressou a Portugal após o 25 de Abril, em 2 de maio de 1974, e entrou mais tarde no Partido Socialista (PS), tendo sido deputado constituinte pelo círculo eleitoral de Coimbra, candidatura que repetiu neste distrito em todas as eleições legislativas até 2002.

Em 2016, recebeu o Prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores e o Prémio de Consagração de Carreira da Sociedade Portuguesa de Autores. Manuel Alegre é o único autor português incluído na antologia "Cent poèmes sur l'exil", editada pela Liga dos Direitos Humanos, em França (1993). Em abril de 2010, a Universidade de Pádua, em Itália, inaugurou a Cátedra Manuel Alegre, destinada ao estudo da Língua, Literatura e Cultura Portuguesas.

Com um percurso de mais de 50 anos de escrita, Manuel Alegre tem recebido prémios literários nacionais e internacionais. Em 1998, recebeu o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores, pelo livro "Senhora das Tempestades", que lhe valeu também o prémio da Crítica Literária, atribuído pela Secção Portuguesa da Associação Internacional de Críticos Literários.

Tudo o que se passa à frente e atrás das câmaras!

Receba o melhor do SAPO Mag, semanalmente, no seu email.

Os temas quentes do cinema, da TV e da música!

Ative as notificações do SAPO Mag.

O que está a dar na TV, no cinema e na música!

Siga o SAPO nas redes sociais. Use a #SAPOmag nas suas publicações.