“Ao longo das últimas décadas, Ana Teresa Pereira tem vindo a oferecer-nos uma obra extremamente pessoal e única no panorama literário português”, pode ler-se na nota assinada pelo ministro.

Luís Filipe Castro Mendes sublinha que o trabalho de Ana Teresa Pereira é influenciado “pelo romance gótico britânico e por uma dimensão estética na qual se condensam elementos provenientes do cinema e do teatro, mas também da música ou das artes visuais”.

“As narrativas de Ana Teresa Pereira caracterizam-se por um imaginário estranho e misterioso, em que as personagens parecem dialogar com um passado sombrio que as interpela a cada instante, delimitando os seus pequenos mundos carregados de emoções, presságios e segredos que parecem ficar sempre por desvendar”, acrescentou o governante.

O ministro realçou ainda que “os romances e os contos de Ana Teresa Pereira constituem, assim, um dos mais fascinantes universos da literatura portuguesa contemporânea, em que se cruzam sonhos e pesadelos, desejos proibidos ou amores funestos, numa atmosfera quase sobrenatural e capaz de atingir as zonas mais sombrias do ser humano”.

A escritora portuguesa Ana Teresa Pereira foi anunciada, na quarta-feira, como vencedora do prémio Oceanos de Literatura em Língua Portuguesa de 2017, organizado anualmente pelo Itaú Cultural no Brasil, com o romance "Karen".

Ana Teresa Pereira nasceu no Funchal, Ilha da Madeira, onde vive. Publicou o primeiro livro em 1989, intitulado "Matar a imagem", e desde então publica regularmente.

Entre suas obras destacam-se "Se nos encontrarmos de novo", vencedor do prémio PEN Clube na categoria Ficção, "A Neve, O Lago", que obteve com o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores, para além de cerca de duas dezenas de títulos.