A fadista Mísia apresenta o seu mais recente álbum, “Para Amália”, editado em outubro último, na quinta e sexta-feira, 14 e 15 de janeiro, no Teatro Stary, em Lublin, no leste da Polónia, a 170 quilómetros de Varsóvia.
Em maio do ano passado, em declarações à Lusa sobre o novo álbum, um álbum duplo, Mísia disse que era “uma prenda a Amália Rodrigues”, e salientou que, para si, “foi importante ter mais de 20 de anos de trabalho num reportório próprio”, antes de abordar o de Amália, apesar de pontualmente ter já cantado temas da fadista falecida em 1999, nomeadamente “Lágrima” (Amália Rodrigues/Carlos Gonçalves).
“Amália, tal como Edith Piaf ou Billie Holiday, tem territórios que são delas. E, agora, senti que estava mais preparada, do que anteriormente, para saber construir um repertório que fosse 'amaliano', mas pegando nos temas que fossem de raiz, especialmente os poemas que Amália escreveu, que são muito importantes", justificou a fadista, quando da edição do álbum pela Warner Music.
No palco polaco, a fadista é acompanhado pelos músicos Fabrizio Romano, ao piano, Luís Guerreiro, na guitarra portuguesa, André Ramos, na viola, e Daniel Pinto, no baixo-acústico.
"A minha história de amor com a Polónia dura há 14 anos", disse à Lusa Mísia, que recordou que a primeira vez que foi cantar à Polónia, foi em 2002, em Cracóvia.
Anteriormente, foi Amália Rodrigues, em 1976, quem atuou na Polónia, “e creio que ninguém lá voltou depois, até 2002”.
“Por isso estou grata e acho que faz todo o sentido este meu último álbum duplo, esta prenda do coração ‘Para Amália’, para lhe agradecer, depois de 25 anos de itinerância por países e teatros onde ela levou o fado pela primeira vez e o deixou num nível insuperável”, referiu Mísia.
Nestes concertos, entre alguns fados do repertório amaliano, Mísia inclui, no alinhamento, inéditos como “Amália, sempre e agora”, de Amélia Muge, com música de Mário Pacheco, “Uma lágrima por engano”, de autoria da própria Mísia, com música de Fabrizio Romano, “Amália que não existo”, de Tiago Torres da Silva, na música de Carlos Gonçalves, para “Que fazes aí Lisboa”, um poema que Amália gravou no seu último álbum de inéditos, “Obsessão” (1989), e “Madrinha de nossas horas”, de Mário Cláudio, na melodia tradicional do Fado Idanha, de Ricardo Borges de Sousa.
Na Polónia, depois de Cracóvia, em 2002, Mísia apresentou o álbum “Canto”, em 2004, no Kongressowa Hall, em Varsóvia, e, no ano seguinte, o disco “Drama Box”, na Krakow Philarmonie, em Cracóvia. Dois anos depois regressou ao Kongressowa Hall, na capital polaca, onde voltou a atuar em 2009, para apresentar “Lisboarium”.
Em 2010, apresentou, em Cracóvia, o concerto “Our Chopin’s affair”, um convite do Festival Ludwig von Beethoven para a criação de um projeto de base, no âmbito das comemorações do bicentenário do nascimento de Chopin.
Em 2012 apresentou, também em Cracóvia, no Ethno Jazz Festival, o álbum “Senhora da noite”.
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