O velório do músico realiza-se na Igreja do Cristo Rei, no Porto, onde na quarta-feira, pelas 15:00, é celebrada missa de corpo presente, seguindo-se o funeral para o Cemitério de Agramonte, na mesma cidade.
O Conjunto António Mafra, do qual José Mafra era viola, protagonizou êxitos como "Sete e Pico", “O Carteiro”, “Ora Vejam Lá”, “Abre a Pipa Beatriz” e “O Carrapito da D. Aurora”, entre outros.
“Foram dezenas de êxitos, em cerca de seis décadas de atividade”, disse à Lusa Rui Guerra, agente do grupo.
O vocalista do grupo, Manuel Barros, morreu em julho de 2016. Em 1977, tinha morrido António Mafra, compositor e letrista, do conjunto, intérprete de guitarra portuguesa, o que levou o grupo a interromper a atividade até 1986, quando entrou Manuel da Campanhã, com viola braguesa e cavaquinho, que ocupam o lugar da guitarra portuguesa do seu mentor.
O grupo manteve-se em atividade até 2011, tendo realizado diversas digressões e atuado em diferentes estações televisivas internacionais, designadamente em Espanha, França, Inglaterra, Estados Unidos, Canadá, Angola, Moçambique e África do Sul, entre outros países, disse a mesma fonte.
Da discografia do Conjunto António Mafra, fazem parte mais de uma centena de EP (Extended Play) e “mais de vinte LP” (Long Play), “tendo sido os primeiros artistas portugueses a gravarem nos estúdios da RCA, em Nova Iorque, aquele que veio a ser o primeiro LP nacional em estereofonia”, disse Rui Guerra, que acrescentou: “Curiosamente, neste estúdio, esteve a gravar, na noite anterior, Elvis Presley”.
Em 2004, a discográfica Movipelay Portuguesa editou um CD dos êxitos do Conjunto António Mafra, na coleção “O Melhor dos Melhores”, dirigida pelo produtor Mário Martins.
Algumas canções do grupo foram gravadas por nomes como Sérgio Godinho, Sitiados, ódagaita, Vozes da Rádio, Roberto Leal e Dino Meira, entre outros. O maestro José Calvário escolheu um dos seus temas para fazer parte do álbum que gravou com a Orquestra Sinfónica de Londres.
O Conjunto António Mafra apresentou-se ao público pela primeira vez no Cantinho da Rambóia, no Porto, na noite de S. João de 1955, e gravou grande parte da sua discografia na etiqueta Orfeu, de Arnaldo Trindade.
“O Manjerico”, “Sopas de Vinho não Embebedam”, “Pancadinhas do Meu Alho” e "Arrebita, Arrebita, Arrebita" foram outros êxitos deste grupo, que "talvez tenha sido o que mais músicas dedicou ao S. João do Porto".
Comentários