O presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, manifestou hoje (6) tristeza pela morte da atriz Fernanda Lapa e defendeu que o seu legado é "sobretudo o enorme contributo para a afirmação do papel da mulher" na sociedade portuguesa.

“Recebo, com muita tristeza, a notícia do falecimento de Fernanda Lapa. O percurso de Fernanda Lapa confunde-se com o do teatro português contemporâneo, de que era uma mais figuras mais conceituadas e queridas do público”, declarou Eduardo Ferro Rodrigues, numa mensagem enviada à agência Lusa.

Morreu a atriz e encenadora Fernanda Lapa
Morreu a atriz e encenadora Fernanda Lapa
Ver artigo

Ferro Rodrigues defendeu que o legado de Fernanda Lapa é, "sobretudo, o seu enorme contributo para a afirmação do papel da mulher na sociedade portuguesa, e para a desconstrução da imagem estereotipada e idealizada da mulher no Teatro”, assinalando que “até se ouvir a sua voz, quase nenhum texto de autoria feminina era representado e poucas eram as encenadoras em atividade”.

Fernanda Lapa, que morreu hoje aos 77 anos, em Cascais, onde estava hospitalizada, foi “fundamental para a afirmação e valorização da mulher nas artes cénicas em Portugal”, disse na mensagem, apresentando à família e à Escola de Mulheres – Oficina de Teatro, em nome pessoal e em nome da Assembleia da República, as “mais sentidas condolências”.

O presidente da Assembleia da República recordou alguns pontos da biografia da atriz, que nasceu em 1943, iniciando-se o seu percurso artístico no Teatro dos Alunos Universitários de Lisboa, em 1962, e fundando no ano seguinte a Casa da Comédia, onde se estreia também como encenadora, em 1972.

“Aprofundando estudos em Varsóvia, Breslávia e Cracóvia, desenvolveu, a partir de 1979, um longo percurso nas áreas pedagógicas do Teatro e do Cinema, que culminam em 2012, ano em que cessa funções como Professora Catedrática Convidada e Diretora do Conselho do Departamento de Artes Cénicas da Universidade de Évora”, destacou.

Eduardo Ferro Rodrigues recordou ainda que Fernanda Lapa coordenava desde 2019 as Comemorações Nacionais do Centenário de Bernardo Santareno (1920-2020), às quais a Assembleia da República se associou, e que a recebeu no parlamento “testemunhando, na ocasião, a sua entrega e dedicação às artes”.