“Faço produção de som para cinema e televisão”, disse à Lusa o português, que trabalha no Blu Digital Group. “Tenho feito vários projetos de animação, que vão para a Disney, para a Netflix e vários estúdios”, explicou.

Um dos projetos mais recentes foi o filme de animação “A Idade do Gelo: As aventuras de Buck Wild”, um título da Walt Disney Pictures que se estreou em março e no qual Luís Castro foi responsável pela gravação do diálogo.

“Estou interessado em seguir a fazer cinema”, afirmou, referindo que muito do seu trabalho tem passado por filmes independentes. “Estou interessado em perseguir essa carreira, na qualidade de editor de diálogo e engenheiro de mistura”.

Castro também foi responsável pela mistura de áudio da minissérie de quatro episódios “Unidentified with Demi Lovato”, um programa da NBC Universal/Peacock.

O português faz a pós-produção e especializou-se em edição de diálogo, que nem sempre fica bem gravado no set.

“O diálogo vem muito torto depois das filmagens e é preciso limpar ou fazer outra vez”, explicou. “É preciso preparar o diálogo para a mistura”, além dos efeitos sonoros e efeitos especiais.

Luís Castro é também guitarrista nas bandas Get Out e Skunk Oil, músico residente no Moroccan Lounge e fundador da escola de música Hip Cats Music School, onde dá aulas privadas.

Em agosto, irá lançar o podcast “Woke Wars” com o ator brasileiro Arthur Garbe, em que ambos vão discutir temas da atualidade de pontos de vista divergentes.

“O mundo está extremamente dividido e acho que se conseguimos discordar mas manter uma amizade, não está tudo perdido”, afirmou. O objetivo é “ter um discurso construtivo e entender o outro”.

Aos 35 anos, Luís Castro pretende ficar em Los Angeles porque não vê forma de se encaixar na indústria se regressasse. Apesar disso, mantém a ligação às origens muito viva.

“Eu amo Portugal”, afirmou. “Tenho o coração quebrado desde que saí, a família está lá toda. É um custo muito alto a pagar, portanto quero fazer isto valer a pena”.

A vantagem de Los Angeles, um condado com 10 milhões de habitantes, é ser o centro de várias indústrias do entretenimento.

“Se existe a indústria em que queremos trabalhar, é um sítio excelente”, disse Castro. “É difícil furar uma indústria quando as pessoas não nos veem e não existimos fisicamente num lugar”.

Praticante habitual de surf, o produtor diz que Santa Mónica faz lembrar a Costa da Caparica e há sempre muitas atividades a decorrer. “Há imensas experiências para serem vividas, mas é preciso ter alguma folga financeira”, notou.

Essa é uma das desvantagens que aponta em LA, uma das cidades onde o custo de vida é mais elevado nos Estados Unidos.

“A desvantagem é o preço exorbitante das rendas e ser uma cidade automobilística, onde há muita gente”, referiu. Dez anos depois de ter chegado aos Estados Unidos, primeiro para estudar na faculdade de Berklee e depois para lançar a sua carreira em Los Angeles, Castro admite que o processo não é fácil, especialmente tendo emigrado sem apoio, referências ou contactos.

Para os portugueses que quiserem tentar a sua sorte nos Estados Unidos, o produtor tem uma sugestão: “Joguem na lotaria da diversidade”. É um sorteio anual que recebe candidaturas de pessoas de todo o mundo e atribui cartões de residência (green cards) aos sorteados. Vários portugueses foram contemplados ao longo dos últimos anos.

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