Num breve depoimento no Palácio de Belém, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, salientou a "vida culturalmente e humanamente muito rica" de Nicolau Breyner, realçando ainda "um grande desgosto" partilhado ao longo desta tarde por várias figuras públicas nacionais.
À SIC Notícias, a atriz Glória de Matos deixou uma das primeiras reações públicas, enaltecendo o "homem de muitos talentos". "Cantava lindamente, dançava, representava, fazia cinema, fazia televisão, foi o grande impulsionador da telenovela em Portugal. (...) Não se permitia dizer que não a ele próprio (...) Estava a fazer uma coisa e já estava a pensar noutra", referiu a atriz.
Outros colegas de profissão, como Margarida Marinho e Ruy de Carvalho, também elogiaram a "generosidade" do colega em direto na estação televisiva, enquanto que o empresário Francisco Pinto Balsemão recordou a "pessoa muito completa: bom conversador, bom companheiro, que eu ouvia sempre com interesse. Tinha sempre coisas diferentes para contar, com bons ângulos de observação (...) Gostava da vida, o que me parece muito importante também".
Numa mensagem de pesar, o Ministro da Cultura, João Soares, lembrou à Lusa "o homem bom, o homem de cultura, que enquanto ator, realizador e produtor, pautou a sua carreira pelo profissionalismo e pela entrega à Cultura e à língua portuguesas".
"Faz uma falta enorme à televisão, ao teatro e ao cinema. Era uma pessoa ímpar, não havia ninguém como ele", assinalou António-Pedro Vasconcelos, que sublinhou ainda a "grande capacidade de se concentrar, de improvisar, de perceber o papel". "Sabia muito de cinema, sabia muito bem onde é que estava a câmara, o que é que tinha de fazer (...) No mesmo personagem podia passar de uma situação a outra, de uma situação cómica a uma situação dramática, como poucos atores que conheci", acrescentou.
Rita Blanco, que não costuma dar o seu testemunho nestas ocasiões, aceitou dar o seu depoimento à Lusa: "Gostava tanto do Nico, que é só [afirmar] que me curvo, em homenagem ao pioneiro, que, para além disso, estava sempre disponível para as pessoas. (...) Quando ele morre, morre mesmo uma pessoa da nossa família, porque nós, apesar de tudo, com todos os defeitos, somos uma família, que é a dos palhaços, e ele era mesmo um dos chefes desses”, rematou a atriz.
"Perdi um irmão e um amigo. Não imagino vida mais útil e mais profícua. A minha gratidão será eterna", lamentou no Facebook Herman José, que contracenou com Nicolau Breyner no início de carreira em "Senhor Feliz e Senhor Contente".
"Espera por mim no céu para o tal almoço que tantas vezes adiámos. Já tenho saudades tuas", disse Teresa Guilherme, também na rede social.
Ainda no Facebook, Rui Unas reagiu com algum humor. "Saiu à francesa... como se não nos déssemos conta... Ah, Nicolau, sempre na brincadeira. Mas, desculpa Nico, desta vez, não teve graça.", despediu-se o ator e humorista.
Pedro Santana Lopes deixou um depoimento semelhante à SIC Notícias. "Desta vez faz-nos uma partida mas deixa-nos a chorar e não a rir. Mas enfim, ele também não ia querer que ficássemos a contemplar só tristeza". O ex-Secretário de Estado da Cultura destacou ainda o lado "profissionalmente muito exigente, mas ao mesmo tempo humano, sensível, solidário".
"O seu legado artístico e humano é inestimável e será muito difícil, senão impossível, ocupar esse espaço", rematou o ator Diogo Infante.
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